Miss Jappa: o japonês que não é só sushi

Lost in Translation, o filme de Sofia Coppola, deu o mote para a criação do Miss Jappa, o novo espaço de restauração japonesa da capital, com sede na Praça do Príncipe Real.

Num espaço onde o néon vermelho contrasta com a simplicidade das mesas de madeira polida e paredes verde-água, há uma boneca japonesa, vinda propositadamente de Tóquio, que esvoaça sobre uma das mesas, numa instalação do artista plástico Filipe Pinto Soares, vestida por Graça Martins, da ‘Bainha de Copas’.

Esta pode muito bem ser a carta de apresentação deste novo restaurante que prova que a gastronomia japonesa não é só feita com sushi. A ideia saiu da cabeça dos irmãos Joana e Diogo Martorell, sócios-fundadores da cadeia ‘Go Natural’, que quiseram trazer para Portugal o «retrato de um Japão em movimento, cosmopolita e urbano».

Segundo os mesmos, este conceito «precisava de ser posto à mesa» para «desafiar os sabores da gastronomia japonesa conhecidos na Europa». O Miss Jappa personifica, assim, a «cultura actual» do Japão. à frente da cozinha está a já nossa conhecida chef Ana Lins, a primeira mulher portuguesa certificada pelo All Japan Sushi Association.

A carta, com a assinatura Translating Flavours, «interpreta os sabores japoneses de uma forma muito própria» ao introduzir «detalhes nas receitas tradicionais e pratos diferentes e originais». Os irmãos Joana e Diogo Martorell asseguram que a autenticidade e simplicidade das técnicas de cozinha japonesas foram «respeitadas» e que as receitas «têm os melhores ingredientes e são surpreendentes na forma e nos sabores».

Miss Jappa

Se está à espera de encontrar apenas sushi no Miss Jappa, desengane-se. As opções vão muito além disso e trazem a Lisboa (Praça do Príncipe Real, n.º5) alguns clássicos da cozinha japonesa, bem como junk food (a designação é do próprio restaurante) nipónica. Também há pratos “fora-da-caixa” denominados ‘Atarashi’ ou ‘New Timers’.

Em destaque estão Vieira em Sashimi, Ceviche de Mexilhão, Ramen de Camarão, Corvina, Espinafres, Courgette Grelhada e Ovo e o Okonomiyaki (uma panqueca de couve na chapa com camarão, maionese de tonkatsu e lascas de atum seco). Nos pratos a não perder, o Miss Jappa inclui ainda Tataki Negro, Tártaro in a Box, Cachaço de Porco com Bao e qualquer uma das sobremesas.

«Para mim, esta carta tem uma aproximação à cozinha japonesa muito fresca e actual. As divisões têm mais que ver com estados de espírito que com o paladar do cliente: um grupo de amigos vai sair ao Bairro Alto e, provavelmente, estará mais inclinado para junk food e sushi, mas num almoço com um colega de trabalho provavelmente pediria um Ramen ou um Cachaço na Chapa», explica a chef Anna Lins.

E para beber? O sake, puro e duro, está garantido, mas há mais: esta bebida tradicional japonesa serve de base a alguns dos cocktails, numa lista a cargo de Dave Palethorpe, proprietário do conhecido bar ‘Cinco Lounge’.

A experimentar: Scarlett (com abacaxi macerado, sumo de limão, sakê e lemon zest), Miss Jappa (Puré de líchias, sakê, limoncello e campari), ou Tokyo Garden (com lemongrass, lima, gengibre, gin Tanqueray, coentros, ginger ale e folha de hortelã). Há também sakégria (sangria de frutos vermelhos ), chás frios e quentes.

Se estiver bom tempo, pode ainda pegar nisto tudo e tirar partido da esplanada nas traseiras do espaço, com uma parede repleta de pequenas flores verdes. Mas mesmo se estiver menos calor, seja corajoso: há um aquecedor que aconchega nos dias frios, para ajudar a desfrutar da refeição com mais calma.

O Miss Jappa fecha apenas à segunda-feira. De terça a quinta-feira está aberto ao almoço e depois das 19 até à meia-noite; na sexta, o horário é estendido até à uma da manhã, tal como no sábado, onde está aberto non-stop desde as 12:30. Domingo, o conceito é semelhante, mas o Miss Jappa encerra à meia-noite. O preço médio é de 25 euros por pessoa.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].