Do Brasil vem o Capim Limão; em Portugal abrem-se as portas para um Quintal. Estes dois restaurantes prometem confort food típica e tradição à mesa.
Fica na Amadora, o primeiro ponto de paragem da nossa passagem por estas duas sugestões que pode aproveitar para almoçar ou jantar às portas do Verão. Chama-se O Quintal, tem dois anos, e agora apresenta-se com um novo chef e uma nova carta.
O ADN, esse, mantêm-se: servir petiscos portugueses mas também mostrar pratos mais sofisticados. Com uma decoração vintage, O Quintal tem David Coelho ao leme da cozinha, um projecto que abraçou no início de 2019 depois de ter estado na cozinha do Hotel Sheraton.
A nova carta do restaurante está, segundo o chef, «ainda mais portuguesa», depois de alguns ajustes. Do menu saíram «pratos com menos identidade», como o Caril de Camarão, e entraram «estrelas da cozinha tradicional» portuguesa.
Exemplos disso foram o Arroz de Pato e o Bacalhau à Brás; a estas duas novas sugestões, juntam-se outras mais arriscadas ( ou «sofisticadas», como prefere dizer David Coelho) como o Tártaro de Corvina ou o Tataki de Novilho, que piscam o olho a outras cozinhas mundiais.
No Quintal há todos os dias um prato a sete euros e um petisco da semana a cinco. O chef faz ainda questão se sublinhar a qualidade da origem dos produtos: «queijos de ovelha de Azeitão, requeijão de um pequeno produtor da Serra da Estrela, pão do Senhor Broa, peixe da Peixaria Centenária, fruta da Horta do Bairro ou batata doce da Campos Silvestres»
Da Amadora apanhamos o metro até Lisboa, à zona das Picoas/Saldanha, onde encontramos o novo brasileiro da capital, o Capim Limão. «Um lugar para cuidar do estômago e também da cabeça», explicam Jorge Macedo e Claudia Mello, os responsáveis pelo projecto.
À conversa junta-se o chef Ricardo Vieira Gonçalves, conhecido por ‘Doca’, que tempera a resposta à pergunta sobre o conceito do restaurante: «A gente está no meio-termo entre alta gastronomia e tasca. Nesse meio existem poucas opções e pouca oferta».
Capim Limão é o nome brasileiro para Erva Príncipe e, segundo Claudia Mello, transmite uma ideia de frescura e claridade: «Queríamos alguma coisa que nos ligasse à cor verde, às ervas, às plantas. Não queríamos nada que remetesse para a noite, mas sim algo claro e com bom astral».
Este novo brasileiro de Lisboa está aberto durante a semana das 12 às 21 horas. O Capim Limão abre ao Sábado apenas para almoços (das 12 às 15:30) e fecha ao Domingo. No menu, estão duas ideias: uma para «refeições mais completas» e outra que «aposta em snacks para refeições mais ligeiras e lanche».
«Não inventámos muito na comida para não complicar. O cardápio é bem simples mas tem o seu quê de sofisticação, são os pratos que gosto de cozinhar para os amigos», explica Doca, que prefere não meter o rótulo de ‘restaurante brasileiro’ no espaço.
«Não é brasileira, apesar de ter pratos como Moquequinha de Peixe, não é francesa, ainda que as minhas bases venham de França, e também não é portuguesa, mesmo que tenha havido um especial cuidado em trabalhar com produto e produtores nacionais». Mas, então, o que encontramos na carta?
Além da Moquequinha há mais destaques: Doca fala na Polenta com Ovo Escalfado e Cogumelos, no Filet Mignon com Batata Gratin e Molho de Vinho Tinto e, para sobremesa, um Crumble de Pêra, Creme Inglês e Avelãs Caramelizadas.
O Campim Limão, ao contrário do Quintal, aposta na decoração mais leve, nos brancos, no mobiliário mais actual e tem dois andares: do de cima funciona o restaurante e o de baixo serve como espaço multi-funções que pode servir para relaxar ao fim do dia, por exemplo, com uma bebida preparada por Ronaldo Ribeiro Júnior.
Este bartender, também brasileiro como Doca e Cláudia sugere um dos dois cocktails da casa: Passion Prince, com cachaça, maracujá, lima e, claro, erva-príncipe, não fosse este o ingrediente que dá nome ao restaurante.
Da portugalidade do Quintal, ao samba salpicado de várias influências gastronómicas do Capim Limão, há muito boa cozinha para experimentar neste dois restaurantes que se tocam em vários ponto: na atenção aos detalhes, na apresentação dos pratos e na simpatia do serviço. O resto, é convosco.
Morada e reservas
O Capim Limão fica na no número 15B da Rua Sousa Martins; para reservas pode usar o número de telefone 213 571 233. Para O Quintal entra-se pelo 5B da Rua Bernardim Ribeiro, na Amadora; use o telefone 214 930 380 para fazer reservas.