A câmara liderada por Rui Moreira aprovou esta semana um novo regulamento que coloca uma série de restrições à circulação de trotinetas eléctricas. O objectivo é fugir ao exemplo de Lisboa, onde este mercado se tornou selvagem.
Quando, no princípio de Julho, estivemos numa conferência de imprensa da Circ onde a marca de o ponto de situação sobre os seus seis meses de presença em Lisboa, ficou claro que a Câmara de Lisboa tinha uma abordagem muito branda à aplicação de regras a este meio de mobilidade alternativa.
Na altura Felix Petersen, director da Circ em Portugal disse que havia «operadores a mais» e que essa situação não era «sustentável nem ideal», o que acabava por tornar Lisboa num «campo de guerra».
Felix Petersen acusou ainda a Câmara de Lisboa de ter «standards demasiado brandos» para as operadoras que estão a operar na capital, desculpando isso com o «pioneirismo» que a cidade teve quando as primeiras marcas começaram a chegar.
O rol de críticas e sugestões que Felix Petersen fez à Câmada de Lisboa encontram agora um antagonismo no Porto, já que a câmara da Invicta acaba de aprovar o regulamento para os chamados «modos suaves de transportes». Este documento foi, originalmente, criado em Março, foi alvo de algumas revisões, e esteve em consulta pública até 21 de Agosto.
Agora, chega a aprovação definitiva, depois de ter sido votado pelos partidos que integram a Câmara Municipal do Porto. E as novas regras limitam, em grande parte, a utilização das trotinetas, ao contrário do que acontece na “selva” em que se tornou Lisboa.
Desde logo, o número máximo de trotinetas que cada operador pode disponibilizar na cidade é de setecentas, com possibilidade de chegar às novecentas unidades. Contudo, para isso, é preciso assinar um acordo especial com a câmara.
Um dos pontos mais importantes do regulamento é a indicação de zonas onde não é permitido andar de trotineta eléctrica: exemplo disso são as vias de bus e os espaços onde circula o Metro do Porto, à superfície (ou seja, vias com carris, onde também estão os eléctricos).
A VCI, a avenida AEP e a Estrada da Circunvalação também estão proibidas, assim as pontes entre Gaia e Porto do Freixo, D. Luís (neste caso, apenas na passagem superior) e da Arrábida. Todos os túneis do Porto ficam também interditos à circulação de trotinetas eléctricas.
Mas o documento vai mais longe: ao contrário do que acontece em Lisboa, também não vai ser possível andar de trotineta em ruas pedonais (como a de Santa Catarina), praças, jardins. Os passeios também fazem parte desta lista.
A outra grande restrição ao uso de trotinetas eléctricas está no horário: só podem circular das 6 às 22 horas – isto até começou por acontecer em Lisboa, com a Lime a recolher ao final da noite, mas isto deixou de ser feito e as trotinetas estão há muito tempo disponíveis durante 24 horas.
Mesmo na cidade do Porto não há, actualmente, qualquer operadora com trotinetas disponíveis, embora a Circ seja a única disponível nos municípios de Gaia e Matosinhos.
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