Marisa Gaspar, Mara Braga e Patrícia Almeida Coimbra encontraram uma forma de criar embalagens feitas a partir de cascas de batata, marmelos e crustáceos.
A ideia de criar revestimentos (na gíria, também se costuma usar a palavra ‘filme’, no sentido de ‘película’, como a aderente que costumamos usar em casa) edíveis não é nova.
Por exemplo, em 2010, investigadores do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho já tinham publicado um trabalho sobre a utilização de revestimentos/filmes edíveis para aplicações alimentares. Quase dez anos depois, é a Universidade de Coimbra a ter novidades nesta área.
Películas edíveis têm duas vantagens
O trabalho foi feito por Marisa Gaspar, Mara Braga e Patrícia Almeida Coimbra, que desenvolveram um «conjunto de embalagens comestíveis a partir de diferentes resíduos do sector agroalimentar e da pesca», como «alternativa sustentável ao plástico».
Segundo as investigadoras do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), o revestimento foi criado com recurso a «resíduos de diferentes alimentos».
Entre estes estão cascas de batata e de marmelo, fruta fora das características padronizadas e cascas de crustáceos, o que tem duas vantagens: «Além de revestirem os alimentos, prolongando a sua vida útil na prateleira do supermercado, também podem ser ingeridos».
Cozinhar sem retirar os revestimentos
Os estudos feitos pelas três investigadores demonstram aplicações em frutas, legumes e queijos, com um “bónus”. Estes revestimentos edíveis adicionam antioxidantes e probióticos aos alimentos protegidos, com «potenciais efeitos benéficos para a saúde».
Em termos práticos, isto faz com que seja possível cozinhar vegetais ou comer um queijo sem que seja preciso retirar a película que os envolve, o que, claro, não é possível com o plástico usado actualmente.