Vamos comer uma boa dose de leitão. Foi nisto que pensámos assim que O Bacorinho abriu uma loja online. E não houve cá espaço para desilusões.
Leitão é um daqueles pratos que está mesmo associado à minha infância e a momentos especiais – não se comia leitão sempre, lá em casa. Ou tinha de alguém fazer anos (e mesmo assim…) ou tinha de haver passagem de ano.
Pelo menos, com esta última certeza, era garantido que uma vez a cada 365 dias havia leitão para comer ao almoço. E ao jantar. E ao almoço do dia seguinte. Com jeitinho, mais uma vez ao jantar, outra vez.
Leitão frio com batatas fritas quentes: uma delícia
Nem sabia de onde vinha o leitão naquela altura, só sabia que era delicioso – e como eu sou um bocado de manias às refeições, tinha de ser leitão frio com batatas fritas aos palitos, quentes. Era uma combinação que, para mim, fazia todo o sentido e o derradeiro contraste culinário.
É óbvio que, como o avançar dos anos, comer leitão tornou-se um pouco banal, até porque começou a estar disponível já embalado nos supermercados – mas aquele sabor do final dos anos 80/princípio dos anos 90 acabou sempre por me ficar atrás da orelha… ou melhor, na língua.
O Bacorinho até já fazia entregas de leitão, mas nestes tempos em que as entregas em casas se tornaram o Santo Graal da vida em sociedade (ou uma espécie disso), este serviço teve um empurrão, teve direito a uma loja online e acabou por ficar muito a atractivo – especialmente para quem, como eu, se lambe por um bom pedaço de leitão.
Leitão para 12: trinchado ou inteiro, mesmo à casamento
A encomenda é feita no site d’ O Bacorinho e o que tem de de pedir é mesmo o Leitão à Bairrada – esqueça lá os borregos e os frangos no campo, que isso são só fait-divers.
Continuando: clique no quadradinho que diz Leitão à Bairrada e depois só tem de escolher a quantidade: 1/4 de leitão (três pessoas) a um inteiro (para doze) – também pode pedir trinchado ou inteiro, se for para algum casamento em que o queira mostrar espetado num pau.
Como cá em casa a malta não está para perder tempo a brincar aos empregados de rodízio, mandou-se vir um leitão trinchadinho com o respectivo molho de pimenta – que nem aprecio, mas que era surpreendentemente bom. A acompanhar, vêm sempre batatas fritas Cerro da Águia.
Como um Salteador da Caixa de Leitão Perdida
O que veio dentro da caixa fez-me lembrar um daqueles filmes em que um salteador abre o cofre e a cara é iluminada pelo tesouro – em vez de moedas de ouro, pele crocante e bem assada, o que faz com que o efeito acabe por ser o mesmo.
Não me lembro de alguma vez ter comido um leitão assim, nos últimos tempos – talvez um grande rival esteja no agora fechado Sr. Lisboa, onde tive uma das últimas grandes refeições dos últimos tempos.
No leitão d’ O Bacorinho temos, por um lado, a pele estaladiça; por outro, uma carne tão tenra e saborosa que me apetece verter uma lágrima de homenagem (e alegria) por quem o assou. E ao bicho também, por ser tão delicioso.
Eu até gostava da carne fria, mas depois de experimentar este d’ O Bacorinho, que parecia ter saído do forno da fábrica em Setúbal para a minha mesa da Amadora, já não posso voltar atrás. Leitão para mim agora tem de ser quente, como este – e de preferência o mais breve possível.