O conceito desta app não é propriamente uma novidade, uma vez que no ano passado já tinha sido lançada a FairMeals. A Too Good To Go permite encomendar comida que, de outra forma, poderia ser mandada para o lixo, por restaurantes e outras lojas.
Quantas vezes é que, nos supermercados, já vimos aquele conjunto de produtos com um selo vermelho ou roxo a indicar um prazo de validade próximo de expirar e que, por isso, têm um preço mais baixo. Esta é uma das formas de combate ao desperdício usada pelas lojas.
E nos restaurantes, como é que isso funciona? Comida feita a mais e que não será vendida pode, por exemplo, ir parar a organização Re-Food que, depois, distribui as refeições pelos mais necessitados. Neste caso os restaurantes e outras lojas/empresas parceiras limitam-se a doar os excedentes.
Too Good to Go segue o modelo de negócio da FairMeals
Mas aqui pode haver negócio – pode, não, há mesmo. A verdade é que o acesso à chamada ‘comida excedente’ por parte do público comum pode ser feita, em Portugal, pela FairMeals, desde o ano passado. O conceito é simples: temos uma app com vários parceiros que disponibilizam um número de refeições que têm a mais’.
Depois, basta seleccionar a nossa preferência (com preços que equivalem a 1/3 do original), reservar a oferta que não foi comercializada pelo restaurante e escolher uma hora para ir levantar o pedido. Neste caso, e ao contrário do que acontece com a Uber Eats ou a Glovo, não há entregas ao domicílio – temos de ser nós a fazer a deslocação à loja para ir buscar a refeição.
Este é o mesmo conceito que está na base da Too Good To Go (TGTG), uma app que chega agora a Portugal, depois de ter passado por países como Dinamarca, Noruega, Holanda, Alemanha, Reino Unido e França.
‘Caixas Mágicas’ low-cost são a base da Too Good To Go
Uma das grandes diferenças em relação à FairMeals está na forma como os restaurantes “vendem” as refeições excedentes: na Too Good To Go não é possível escolher em concreto o que queremos comer, já que é o espaço-parceiro (restaurantes, hotéis e supermercados) que criam uma espécie de ‘caixa-mistério’ onde será garantida a «máxima diversidade possível».
«O nosso objetivo é ajudar os estabelecimentos a reduzir o desperdício de alimentos, dando-lhes ao mesmo tempo a vantagem de poderem angariar novos clientes e reposicionarem-se como marcas sustentáveis», diz Madalena Rugeroni, country manager da TGTG.
Em vez de escolher o menu, os utilizadores compram uma ‘Magic Box’ na aplicação, caixas-surpresa criadas pelos próprios estabelecimentos com os excedentes disponíveis a preços reduzidos. Feito o pagamento, os utilizadores podem recolher a sua Magic Box no próprio estabelecimento, nas horas de recolha indicadas na aplicação.
Sugestão: levar uma caixa de plástico para trazer a comida
Na app, a interface lembra as aplicações de encomenda de comida que já existem – Uber Eats e Glovo. Activar a localização para perceber que espaços existem nas redondezas para reservar refeições excedentes é essencial.
Depois, basta tocar em cima do restaurante onde queremos ir buscar uma Magic Box, mas antes é preciso ter em atenção a disponibilidade – o cartão de cada restaurante, loja ou hotel tem um rectângulo amarelo onde é mostrado o número de refeições que pode ser pedido, num dia.
Uma das práticas sugerias pelos restaurantes é que o cliente leve a sua própria caixa para levar a comida para casa. Na app podemos ainda procurar pelo nome de um local, usar filtros para escolher horas de recolha e que tipo de espaço onde procurar por refeições low-cost: restaurantes, pastelarias, vegetarianos e especialidades. De todos estes espaços, podemos ainda criar uma lista de favoritos.
Preços das refeições na Too Good To Go andam pelos 2,99 euros
A forma de pagamento também é feita pela app o que evita estar a levar dinheiro ou a pagar no local: ao tocar na opção ‘Mais’ da app, basta entrar em ‘Métodos de pagamento’ onde podemos escolher uma de três opções: cartão de crédito, Apple Pay (no caso do iPhone) e PayPal. Segundo Madalena Rugeroni os preços andam entre os dois e os cinco euros – no nosso caso, numa busca por restaurantes na zona do Lumiar, em Lisboa, encontrámos sempre o mesmo valor: 2,99 euros.
Para já, esta aplicação (para iOS e Android) está apenas disponível em Lisboa e conta com a parceria da Makro. Além deste grossista, há «mais de cinquenta restaurantes parceiros»: Sushi at Home, Aruki, Primo Basílico, Copenhagen Coffee Lab, Polpetta, Chickinho e Eight Health Lounge são alguns dos exemplos – os resultados variam, claro, em função da zona da cidade onde nos encontramos.