Teatro ABC renasce em Lisboa com dois espectáculos sobre Fernando Pessoa e o 25 de Abril

©Almada Negreiros
©Almada Negreiros

O Teatro ABC era uma das salas de espectáculos do Parque Mayer, mas acabou por ser demolida em 2015. Oito anos depois, regressa como um projecto «totalmente privado».

Dia 16 de Abril, às 19 horas: este vai ser o momento que marca o “renascimento” do Teatro ABC, com a assinatura ‘Sala Estúdio’ e com produções da Companhia Nacional de Teatro Português.

O ABC era um dos espaços que fazia parte do Parque Mayer: foi construído em 1956 e recebeu dezenas de revistas ao longo de quase quarenta anos – a última a subir ao palco deste teatro foi a ‘Preço Único’, em 1997.

Depois disso, a sala de espectáculo encerrou e ficou ao abandono – em 2015, a Câmara Municipal de Lisboa acabou por fazer a demolição do teatro e, actualmente, é um parque de estacionamento da EMEL.

O ABC foi mesmo o único edifício, dos quatro que fazem parte deste empreendimento artístico de Lisboa, a ser demolido: o Maria Vitória continua a receber espectáculos de revista, o Variedades está em remodelação e deve abrir este ano e o Capitólio recebe vários espectáculos, dedicados à música.

©Teatro ABC
©Teatro ABC | Nuno Miguel Almeida Santos Henriques é o director artístico do Teatro ABC.

A nova vida do Teatro ABC começa, então, em Abril na zona do Parque das Nações/Moscavide (mesmo ao lado do Estádio Alfredo Marques Augusto), com a estreia da peça ’25 de Abril, Sempre!’, às 17 horas, com bilhetes a 11 euros.

Duas horas depois é a vez de ‘Uma Hora com Fernando Pessoa’, uma sessão de declamação de poesia dos heterónimos do poeta por Nuno Miguel Henriques. Para esta sessão, os bilhetes custam 10 euros.

Os responsáveis do “novo” ABC dizem que, entre os próximos espectáculos estão sessões de «stand-up, comédia à portuguesa, infanto-juvenil e outras actividades regulares produzidas pelo Teatro ABC – Companhia Nacional de Teatro Português», em «parceria com produtores e artistas associados».

O Teatro ABC é, neste momento, um «projecto totalmente privado, sem quaisquer apoios» e escolheu Moscavide como casa para «combater a lacuna da oferta cultural e artística profissional na zona oriental de Lisboa e norte do concelho de Loures».

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].