Bienal Internacional de Arte de Gaia: África, Álvaro Cunhal e saúde mental para «agitar consciências»

Um dos destaques é a exposição colectiva do projecto Manicómio: 'Da cintura para cima sou triste e daí para baixo uma praia'.

©BIAG
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Entre 8 de Abril e 8 de Junho, a Quinta da Fiação recebe a Bienal Internacional de Arte Gaia, que se assume como uma «bienal de causas».

Vão ser dois meses em que vaio ser possível ver «vinte exposições de mais de trezentos artistas de várias nacionalidades». É já este fim-de-semana que arranca a Bienal Internacional de Arte de Gaia (BIAG).

Este ano na sua quinta edição, a bienal tem direcção de Agostinho Santos e homenageia os pintores Carlos Carreiro e João Jacinto. A iniciativa «reforça a descentralização num plano de recuperação de áreas industriais» com a ocupação de dois pavilhões da antiga Companhia de Fiação de Crestuma, um total de seis mil metros quadrados.

Em 2023, a BIAG tem três grandes “vértices”: África (como continente convidado), o 25 de Abril (através de desenhos de Álvaro Cunhal) e a saúde mental (com a participação do projecto Manicómio).

©BIAG | Um dos homenageados em 2023 é Carlos Carreiro.
©BIAG | Um dos homenageados em 2023 é Carlos Carreiro.

O continente africano chega à bienal para «mostrar as origens através da arte», com uma exposição colectiva do Projecto Manoeuvre e curadoria de Jorge Salgueiro. Entre os artistas que vão expor estão Malangatana, Alberto Chissano, Nino Trindade e Lulu Maparangue.

A um ano de comemorar o 50.º aniversário do 25 de Abril, a BIAG faz uma antecipação desta data. Para ver, há os Desenhos da Prisão, um conjunto de dezoito trabalhos criados por Álvaro Cunhal na Penitenciária de Lisboa e no Forte de Peniche, entre 1951 e 1956. A isto, junta-se a exposição de pintura ‘Revolução – 50 anos, 50 artistas’.

Como uma «bienal de causas», a BIAG vai dedicar uma parte do programa ao projecto Manicómio, que promove «trabalhos de artistas com experiência de doença mental». Em destaque vão estar quase cem obras de Claúdia R. Sampaio, Joana Ramalho e Micaela Fikoff, na exposição colectiva ‘Da cintura para cima sou triste e daí para baixo uma praia’, com curadoria de Sandro Resende, mentor do Manicómio.

O programa da 5.ª Bienal Internacional de Arte Gaia fecha com
exposições colectivas e individuais de pintura, escultura, desenho e fotografia; uma exposição de artistas convidados; e iniciativas artísticas descentralizadas em catorze cidades nacionais, na Galeria da Biodiversidade – Centro de Ciência Viva e na Faculdade de Medicina Dentária.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].