Depois de a Mercedes ter feito uma joint-venture com a Geely, aparece o primeiro automóvel desta nova geração – totalmente eléctrica e com um novo design.
A Smart sempre foi conhecida pelos seus automóveis ultra-compactos, fáceis de conduzir e estacionar, com um design e um formato emblemático que acabou por conquistar o mercado.
Contudo, com a emergência das motorizações eléctricas, e apesar de a marca ter automóveis sem motores de combustão, 100% eléctricos (EQ ForTwo), esta transição acabou por ser um problema para a marca.
Com o fim dos motores a combustão, e a dificuldade na produção de baterias para os modelos eléctricos, havia dúvidas quanto ao futuro da Smart, até porque a venda dos modelos EV, comparadas como as dos automóveis motor de combustão, ainda é residual – isto, apesar de em alguns países, os automóveis eléctricos já representarem uma grande fatia do mercado, como na Noruega.
Em paralelo, o acordo entre Daimler (Mercedes) e a Renault (que produzia o motor dos Smart) acabou, e a marca alemã ficou “órfã” de uma parceira – contudo, em 2019, a linha Smart foi vendida à empresa chinesa Geely, com a promessa de relançar globalmente os automóveis com um novo conceito de design e motorizações 100% eléctricas.
O resultado desta nova joint-venture (50/50 entre a Daimler e a Gelly) aparece agora: foram divulgadas imagens de testes do novo Smart nas planícies geladas do Norte da China e revelado o nome do próximo modelo a chegar ao mercado ainda este ano – #1.
«Com a combinação do símbolo ‘#’ com um número, a Smart cria uma nomenclatura para a família da nova geração de veículos totalmente eléctricos. Actualmente utilizado para apontar os temas mais falados nas redes sociais, o símbolo ‘#’ é sinónimo de tendência na era digital», explica a empresa.
Contudo, os fãs da marca vão poder ficar decepcionados com esta nova vida dos Smart: a Geely abandonou completamente o conceito de design compacto e visual pelo qual eram conhecidos. O resultado é um automóvel sem o carisma do modelo anterior, que de ‘Smart’ acaba por ter apenas o nome.
Pior: a marca equipara-o agora a um SUV – tem cerca de quatro metros de comprimento. Pelas imagens que a marca partilhou, a traseira faz lembrar a dos novos Kia ProCeed, se bem que à frente o automóvel parece ser mais original.
«O smart #1 obteve um desempenho de coeficiente aerodinâmico de apenas 0,29, uma conquista de elevado nível, sobretudo quando comparado com os seus concorrentes SUV no mesmo segmento», diz a marca num comunicado onde enumera alguns dos resultados dos últimos testes feitos ao automóvel.
Ainda sem preços, características e data concreta de chegada ao mercado, uma coisa é certa: o novo Smart #1 só deve começar a ser vendido em Portugal em 2023.
Artigo escrito em co-autoria com Gustavo Dias.