Se é uma destas pessoas, faz aquilo a que os responsáveis das lojas chamam ‘wardrobing’. A empresa de segurança Checkpoint quer acabar com isso com uma ‘etiqueta inteligente’.
É uma prática comum e socialmente aceitável. Muita gente vai a uma loja como a Zara, Cortefiel ou Pull & Bear para comprar roupa que apenas quer usar uma vez (numa festa, por exemplo) e devolver logo de seguida.
O problema é que as lojas se estão a aperceber de que isto é prejudicial para o negócio, apesar de não poderem fazer nada em relação às devoluções.
Como há um período em que podemos pedir o dinheiro de volta e entregar as roupas, desde que estejam em bom estado, com as etiquetas intactas, e haja o talão de compra, é quase impossível uma loja recusar uma devolução.
No entanto, segundo um estudo da empresa de estudos de mercado IHL, partilhado pelo site MarketWatch, o wardrobing (uma palavra criada a partir de ‘wardrobe’ e ‘robing’ – ‘guarda-roupa’ e ‘roubar’), estas devoluções “manhosas” resultam num prejuízo de quase 600 mil milhões de euros por ano às lojas.
E é aqui que a Checkpoint, uma marca de segurança que é conhecida, por exemplo, por ser uma das principais fabricantes das antenas de alarme (as chamadas EAS) que estão à saída de várias lojas, entra.
A empresa, que tem escritórios em Portugal e cujos maiores clientes são o El Corte Inglés e Continente, desenvolveu uma solução que vai permitir «aos retalhistas reduzirem o número de devoluções fraudulentas».
O conceito é uma espécie de ‘etiqueta inteligente’, a R-Turn Tag, que fica à vista na roupa, com um grande botão vermelho, e que tem um mecanismo de fecho manual que pode ser retirado com «uma simples torção», explica a marca.
Contudo, para usar este sistema, as lojas têm de, primeiro, «rever as políticas de devolução» e definir que as roupas ou acessórios «apenas podem ser devolvidos com a R-Turn Tag intacta», lembra a Checkpoint.
Este mecanismo de fecho foi desenvolvido para «evitar que o produto se danifique» e pode «ser colocado em qualquer ponto da roupa, incluído na costura». Mas a ideia é que as lojas possam colocar a R-Turn Tag num local visível «para agir como dissuasor visual».
A Checkpoint ainda não confirmou se esta novidade anti-wardrobing vai ser usada em Portugal nos próximos tempos, mas tudo deve depender de um projecto-piloto com uma marca, para que depois mais clientes adoptem a tecnologia nas suas roupas.