O mais recente projecto gastronómico do Programa Municipal de Acolhimento de Refugiados na Cidade de Lisboa pode abrir em Benfica, com pratos da Eritreia. O Marhaba procura, para já, financiamento.
É mais uma iniciativa do mesmo género do Mezze (o restaurante sírio do Mercado de Arroios) ou do É Um Restaurante, de que já falámos aqui no TRENDY. O Marhaba (palavra que significa ‘bem-vindo’ em árabe) tem no seu ADN um cariz social e ajuda «pessoas em situação de refugiado e requerentes de asilo que procuram uma verdadeira inclusão na comunidade lisboeta».
Com apoio do Programa Municipal de Acolhimento de Refugiados na Cidade de Lisboa e da CRESCER – Associação de Intervenção Comunitária, o Marhaba começou por ser um serviço de catering e produtor de eventos temáticos, mas agora chega uma nova etapa.
Montante de financiamento mínimo é de cinco euros
O próximo passo é a abertura de uma cozinha aberta ao público com serviço de takeaway, no Mercado de Benfica, cuja criação está dependente de uma campanha de crowdfunding na plataforma PPL – são precisos dez mil euros para avançar com o Marhaba.
Como é habitual nas campanhas de financiamento deste género, o objectivo é juntar vários donativos, que podem ser feitos por qualquer pessoa, para conseguir reunir uma soma que faça avançar o projecto.
Depois, a uma quantidade de dinheiro investida está associada uma recompensa: por cinco euros (o mínimo), o Marhaba faz um agradecimento especial e coloca o nosso nome no site; se dermos sessenta euros, temos direito a um workshop e a um almoço Médio-Oriental; finalmente, por mil euros ou mais, é possível fazer um evento privado no restaurante, até vinte pessoas.
Menu do futuro restaurante será 100% vegetariano
Para já, e cinco dias depois de a campanha de crowdfunding ter começado, o Marhaba juntou 155 euros, fruto da contribuição de dez apoiantes. A data limite para contribuir com dinheiro é o dia 10 de Janeiro (até às 18 horas).
Caso vá mesmo para a frente com este financiamento, o Marhaba promete ser o primeiro restaurante a juntar a gastronomia da Eritreia à da Síria e do Iraque, com um menu «100% vegetariano», onde os falafels e as chamuças «não são fritos», mas sim preparados a partir de «técnicas actuais, como a desidratação». Os responsáveis garantem ainda que não vai haver pratos feitos com açúcar refinado.
As preocupações ecológicas do Maharaba
Entre as especialidades deste país africano, estão a Injera, o Shiro, a Alicha e o pão artesanal Hembesha. No Marhaba será ainda possível encontrar «menus sazonais» criados para «maximizar o seu valor nutricional e minimizar o impacto ambiental».
A preocupação ecológica do futuro restaurante Marhaba reflecte-se ainda na forma como os ingredientes vão chegar (sempre de produtores locais e biológicos) e na não-venda de garrafas de plástico. Ao contrário disso, haverá «águas filtradas e aromatizadas, chás, café, detox shots e sumos naturais».