Recentemente apareceu a moda de que devemos todos ser ‘verdes / vegetarianos/vegan’, que se esforça mais para chamar a atenção para os efeitos nefastos da carne, que para as mais-valias dos vegetais, seja com o argumento ecológico ou com o da saúde.
No entanto, não parece haver qualquer esforço para aumentar a produção de vegetais de forma ecologicamente correcta. O esforço financeiro de quem promove o abandono dos produtos animais parece ir mais uma vez para as mesmas farinhas e açúcares e óleos vegetais que puseram doente e obesa grande parte da população mundial.
A carne tem a menor relação custo/lucro se for comparada com outros produtos processados como por exemplo o Impossible Burger e a Beyond Meat, que são tudo menos produtos saudáveis e naturais. Estamos, pois a aceitar a ideia de que os produtos que consumimos desde há, pelo menos, 350 mil anos (bem antes de sequer existirem as doenças actuais) nos fazem mal à saúde.
O que nos é dito é que, em vez de um bife médio de vaca, devemos comer uma quantidade ridícula de vegetais, com uma quantidade absurda de fibras, para tentar ter algo que se pareça a nível nutricional, usando um sistema digestivo que não é o de um herbívoro mas sim de um omnívoro. Isto só leva a várias deficiências nutricionais, como por exemplo a falta de vitamina B12 e ferro (heme iron).
Uma dieta vegana não será o ideal para o ser humano; além de poder ser prejudicial para uma criança em desenvolvimento, é debilitante para as pessoas com idade avançada, que têm decréscimo de massa muscular e produção hormonal – e o veganismo acelera essa degradação.
Estudo revela percentagem insignificante de vegetarianos
No fim de Novembro, apareceu um estudo (The Green Revolution 2019, da consultora espanhola Lantern) que concluía que os adultos veggie já são 9% da população portuguesa (764 mil pessoas) – e, por veggie, o documento refere-se a todos os vegan, vegetarianos e flexitarianos. Importa explicar o que são estes últimos: são pessoas que comem produtos animais sempre que lhes apetece, desde que maioritariamente usem produtos vegetais ou seja, são omnívoros.
O estudo fazia eco de que o regime flexitariano foi o que mais cresceu nos últimos dois anos, agregando 7,4% da população nacional, o que, segundo o The Green Revolution 2019, representa 628 mil pessoas. Ora, se de 764 mil pessoas, 628 mil são omnívoras, isto significa que apenas 136 mil indivíduos são vegan e vegetarianos – uns insignificantes 1,6%. Fiquei sem saber o que quer provar este estudo… será que é o facto de a dieta vegan ou vegetariana não é assim tão boa como parece?
Vamos lá tentar ser inteligentes: algumas correntes da paleontologia sugerem que os humanos (sapiens) sempre comeram, maioritariamente, carne e produtos animais, embora também algumas frutas e, esporadicamente, legumes e verduras utilizando estes últimos muitas vezes para fins medicinais.
A carne de vaca ou de qualquer ruminante é, na verdade, mais saudável e acumula menos produtos tóxicos que a de outros animais, uma vez que têm quatro estômagos e um processo de filtragem absolutamente extraordinário que transforma fibras indigestas (para nós) em carne cheia de nutrientes e bio disponibilidade.
A carne é o melhor e mais completo alimento de todos
Porém, os estudos que sugerem que uma dieta vegetariana ou vegan é melhor têm como referência, na sua maioria, a comparação dessas com uma má dieta ao estilo americano (conhecida por Standard American Diet – SAD), não considerando, sequer, o estilo de vida.
Depois, os estudos que sugerem um risco de saúde numa dieta com mais carne também não têm em conta o contexto e o estilo de vida (carne + bolos + refrigerantes + batata frita + falta de exercício, a tal SAD).
Em 2019 foi feito um estudo sobre o consumo de carne num contexto de uma dieta saudável e não apareceu qualquer indicação sobre qualquer espécie de risco acrescido relativamente ao consumo de carne (vermelha e outras) – mas, sobre estudos falarei num artigo específico sobre o tema.
Em conclusão: a dieta humana deve, em todos os seus estágios, conter produtos animais e a carne de vaca (ruminante) é das melhores fontes de proteína. É, também, o melhor e mais completo alimento de todos (superado talvez apenas pelo fígado do animal), a melhor forma de obter vitamina B12 e de evitar a anemia por ausência de ferro, uma vez que outras fontes de ferro têm fraca absorção.
Ambiente, produção de carne e agricultura: onde está o perigo?
E em relação à questão ambiental? Não vejo qualquer incentivo a sério aos produtos locais que realmente são melhores para o ambiente sejam eles vegetais ou animais, assim como não vejo qualquer ambientalismo em andarmos a consumir bananas de Porto Rico e camarões da Venezuela, para dar apenas alguns exemplos óbvios de qualquer supermercado.
As monoculturas de palma, soja, trigo, milho e açúcar causam danos irreversíveis nos solos, destroem ecossistemas inteiros, além de enchem a atmosfera e a terra de produtos tóxicos (utilizam quantidades absurdas de água, porque os solos de mono-cultura têm fraca absorção).
Mas há mais: isto mata tantos ou mais animais como a produção de gado (utiliza mais de 85 % de água da chuva); a diferença é que a produção de gado é usada para nutrição (por cada animal abatido muitos humanos ficam nutridos). Já a produção de cereais e afins resulta apenas em calorias, com pouca ou nenhuma nutrição. Os animais que mata não servem de alimento para nós.
Uma agricultura sustentável, regenerativa, que roda solos entre gado e plantas seria o ideal para o ambiente e para a saúde humana, mas as doenças provocadas por esses alimentos processados e a cobrança de taxas de emissão de CO2 (que é um gás natural não poluente, tal como o oxigénio, o hidrogénio e a água), dá muito mais lucro e controle.
Que reine o bom senso e a inteligência. Para concluir, deixo um uma ideia: «A informação verdadeira não vem ter connosco, temos de ir nós à procura dela».