As trotinetas eléctricas vieram facilitar a mobilidade urbana, mas também são encaradas como uma praga, em algumas cidades. Paris está a sofrer com a saturação destes veículos, o que levou ao aparecimento de uma “nova” profissão.
É difícil, hoje em dia, visitarmos uma grande cidade europeia e não darmos com elas: as trotinetas eléctricas já fazem parte da paisagem urbana de várias metrópoloes, mas nem sempre com os melhores resultados.
A saturação de veículos já fez com que houvesse algumas decisões de banir trotinetas eléctricas das cidades – foi o que aconteceu recentemente em Nashville (Tennessee, EUA), na sequência da morte de um utilizador. Na Europa, Madrid fez o mesmo em Dezembro do ano passado e a Lime foi obrigada a sair de Zurique e Basileia (na Suíça), depois de vários acidentes.
Em Paris há mais de vinte mil trotinetas de doze operadoras
Em Lisboa não há, ainda qualquer acção nesse sentido: as marcas têm vindo a fazer uma autorregulação com a Circ ser uma das marcas que promoveu a mobilidade sustentável e que, já este ano, criticou a câmara de Lisboa por permitir a saturação de trotinetas eléctricas. Já a Câmara do Porto lançou, em Setembro, um novo regulamento que coloca uma série de restrições à circulação de trotinetas eléctricas.
Mas é em Paris que, talvez, esteja o caso europeu mais complicado: são, ao todo, doze operadoras e vinte mil trotinetas eléctricas nas ruas da capital francesa. A presidente da câmara já veio dizer que a situação é «anárquica» e o ministra dos transportes disse que a cidade estava mergulhada na «lei da selva».
Como já existe em outras cidades (em Lisboa, por exemplo – imagem em cima), também em Paris a Lime criou uma patrulha para garantir que as trotinetas são bem usadas, circulam nos sítios certos e estão estacionadas fora dos passeios e de outras zonas que atrapalhem a circulação de peões e automóveis.
Patrulha Lime parisiense pesca quinze trotinetas em três horas
É nesta patrulha Lime de Paris que acabou por nascer os pescadores de trotinetas, uma vez que muitas são atiradas (quase sempre por vandalismo) para o Sena, o rio que atravessa a cidade. Foi a agência Reuters que contou a história.
Uma jornalista desta agência de notícias acompanhou um dos funcionários desta patrulha da Lime, Youva Hadjali, e percebeu como é que as trotinetas são pescadas: lança-se uma corda com um ganho de metal ao Sena e vai-se arrastando até vir um veículo preso. Se for outra marca de trotinetas a “morder o isco”.
Em três horas, Youva Hadjali e mais alguns colegas, “pescaram” quinze trotinetas que, depois, são encaminhadas para um centro da Lime onde a marca tenta «recuperar todas as que forem possíveis». O artigo completo pode ser lido aqui.