myTaxi assume-se como FreeNow e vai apresentar tarifa Lite para concorrer com os TVDE

FreeNow Lite
©FreeNow

Depois de mudar em definitivo para FreeNow, a myTaxi anunciou hoje a criação de uma tarifa de preço reduzido, a Lite. O objectivo é fazer concorrência «a sério» com os TVDE.

Depois de a BMW e a Daimler/Mercedes se terem juntado para criar a joint-venture YourNow, várias marcas deste grupo passaram a estar sob a designação ‘Now’. A DriveNow já tinha mudado para ShareNow e a incluir o serviço Car2Go em alguns mercados, embora em Portugal não existisse esta alternativa.

A próxima empresa a mudar de designação seria a myTaxi, algo que já tinha vindo a ser feito nas últimas semanas, com a remodelação da app, que passou a mostrar uma animação de entrada que introduzia o nome FreeNow.

Mas a grande novidade que resulta deste rebranding é a criação da tarifa Lite, que Pedro Pinto, country manager da marca em Portugal, assume ser uma forma de «concorrer de igual para igual» com os TVDE. Em relação a uma viagem tradicional, que inclua mudança de zona, a redução pode chegar aos 30% em relação ao preço normal deste tipo de viagem.

Apesar de não querer entrar neste mercado, e continuar a operar com táxis (a Kapten é a marca que, em Portugal, assegura este tipo de serviço e que está também na órbita da joint-venture BMW/Daimler), Pedro Pinto diz que este passo é obrigatório para fazer «frente aos preços dos TVDE» e promover uma «maior competitividade entre os taxis e estas plataformas».

A criação do FreeNow Lite é possível devido à existência da Tarifa C na legislação dos táxis que permite, por um preço fixo, contratar uma empresa deste mercado para fazer determinadas viagens.

«Pouca gente conhece a Tarifa C, apenas é usada por alguns grupos de hotelaria que contratam uma empresa de táxi para fazer transportes regulares. É um contrato que tem de ser feito, no mínimo, durante trinta dias e os clientes só podem essa aquela empresa para fazer esse serviço», explica Pedro Pinto.

Mas, num sector antiquado e com «tarifas desactualizadas», como reconheceu o country manager da FreeNow, a contestação é uma certeza: «Vai acontecer mais dia, menos dia por iniciativa do sector, que se vai insurgir contra esta nova tarifa no serviço de táxi», acredita Pedro Pinto.

O Lite baseia-se no princípio de acabar com a mudança de tarifa dos táxis assim que passam de uma zona para a outra (para Pedro Pinto, devia ser «abolida»), como, por exemplo, quando saem de Lisboa para a Amadora ou para Oeiras. Com o Lite, isto deixa de acontecer e a tarifa passa a ser fixa, logo sabe-se quanto é que vamos pagara ao certo assim que indicamos o destino, na app.

A tarifa Lite tem, contudo, algumas regras: funciona apenas com recurso a pagamento via app e há a obrigatoriedade de colocar destino final antes de solicitar a viagem. Depois também não é possível tirar partido desta tarifa ao apanhar um táxi da forma tradicional (numa praça ou mandando parar na rua), uma vez que só é válida para quem pedir uma viagem pela app.

O FreeNow Lite estará disponível na app até final do mês de Julho, mas a marca não avançou com uma data concreta para que a opção esteja disponível na app.

Até final do ano, Pedro Pinto confessa que gostava de ver «pelo menos metade» dos taxistas que estão da FreeNow com a tarifa Lite, mas assume a dificuldade de transmitir as vantagens aos motoristas: «Há uns que dizem que somos traidores e que não aceitam passar a ter a tarifa, mas é evidente que isso lhes vai trazer vantagens e aumentar o número de viagens».

Sobre se, no futuro, o ideal é ter apenas táxis na FreeNow com a tarifa Lite, Pedro Pinto é directo: «Nós continuamos muito gratos aos profissionais de taxi, mas o caminho para que o táxi volte a ganhar clientes e a concorrer de forma igual com os TVDE é o Lite».

Como costuma acontecer quando há este tipo e mudança nas empresas de mobilidade alternativa com apps, também a FreeNow tem um código de desconto para comemorar esta nova designação: EXPERIMENTA19, que oferece 5 euros na primeira viagem – se já usou a myTaxi antes, não vai poder usar.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].