Happy Code: a escola de tecnologia que vai por as raparigas a falar por código

Girls in STEM Happy Code
Girls in STEM Happy Code

Durante o mês em que se assinalou o Dia Internacional da Mulher, recebi no meu email vários comunicados de imprensa que destacavam o papel feminino em várias áreas. Mas houve um que me ficou na retina.

Como devem ter percebido, o TRENDY não passou o Dia da Mulher a recomendar prendinhas, restaurantes e outras fantochadas para assinalar o momento. Ao invés disso, preferimos destacar duas notícias que nos pareceram importantes e inspiradoras.

Decidimos dar conta do apoio das Josefinas à iniciativa Dress for Success e à homenagem da Mattel com a criação de três bonecas Barbie que evocavam outras tantas mulheres importantes da história mundial.

Não é no Dia da Mulher, mas a terceira informação que recebi e me pareceu importante, destaco-a hoje: o Grupo Vodafone vai oferecer bolsas de estudo a quarenta adolescentes portuguesas ao abrigo do programa Girls In STEM.

Este é um projecto mundial de programação apenas para raparigas cujo objectivo é «combater a disparidade de género nas profissões tecnológicas e digitais».

Ora, STEM significa exactamente: ciências (science), tecnologia, engenharia e matemática, exactamente algumas das principais áreas onde as mulheres lutam por uma maior afirmação.

Em Portugal o Girls In STEM é da responsabilidade da escola de programação Happy Code e estreou-se em 2017 com uma turma de com 23 alunas da Escola Secundária D. Filipa De Lencastre, em Lisboa.

Estas alunas tiveram acesso a doze horas de curso, onde aprenderam os conceitos básicos de programação e base de dados. «A experiência permitiu às adolescentes o desenvolvimento de aplicações e jogos de telemóvel utilizando tecnologia como sensores de proximidade, movimento, tempo e localização”, diz Pedro Teixeira, CEO da Happy Code.

Este ano, o curso Girls In STEM está de volta às escolas secundárias entre Abril e Junho e promete desmistificar a ciência do código a mais turmas femininas. «A programação domina cada vez mais tudo o que vemos e fazemos no mundo. As mulheres estiveram na génese desta revolução que nos acompanha», lembra o CEO.

Mais: segundo Pedro Teixeira a sociedade «terá tudo a ganhar, com uma participação cada vez maior das mulheres nas áreas de programação». O CEO acredita que isto pode acontecer, dado que as mulheres podem usar o «todo o seu talento, criatividade, e forma de olhar para os problemas», para criar «mais e melhores soluções que tornem o mundo melhor».

A Happy Code tem vários argumentos para convencer raparigas a entrar no mundo da programação e os principais são mesmo os exemplos de mulheres que vingaram no universo STEM.

Por exemplo, Pedro Teixeira lembra Hedy Lamarr, «a inventora do sistema que serviu de base à tecnologia Wi-Fi e Bluetooth e de um sistema rádio para guiar torpedos na II Guerra Mundial».

O CEO destaca ainda Jean E. Sammet, a «responsável pelo desenvolvimento da primeira linguagem de computador e a primeira mulher a doutorar-se em Ciências da Computação em 1968».

Segundo números da Happy Code, em 2017 o Girls In STEM chegou a quinhentas raparigas no mundo, 23 delas portuguesas. Para este ano, a escola de código revela que o projecto se vai estender-se a mil raparigas de quase três dezenas de países, quarenta delas em Portugal.

Será que anda por aí a cientista que vai inventar uma forma inovadora de colonizar Marte? O melhor é preparar já o currículo para enviar para a NASA. Ou para Elon Musk, claro.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].