A plataforma artística Cepa Torta baseou-se na obra do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen que faz a alegoria da “mentira vital”, um artifício essencial à vida humana.
Hjalmar Ekdal é um poeta frustrado que vive uma mentira: não assume que é o dinheiro do amante da sua mulher (que também é o verdadeiro pai da sua filha) que o sustenta. A tragédia acontece quando Gregers Werle, uma personagem obcecada pela verdade, decide confrontar esta família com os factos.
A mentira vital, que sustentava a vida do casal, cai por terra e provoca o suicídio da filha. Em o Pato Selvagem, prova-se que a verdade pode ser o princípio da decadência humana e, portanto, há mentiras que são essenciais.
Na adaptação da Cepa Torta, com autoria de Miguel Maia, a história é um pouco diferente e a peça, de 1885, é adaptada aos nosso dias: «Nesta versão, a proposta é mergulhar, através das complexas personagens de Ibsen e do uso inovador de tecnologia, num turbilhão de dúvidas e conflitos – tão próprios das redes sociais – desafiando os limites entre o real e o virtual».
Miguel Maia diz que esta versão de Pato Selvagem «promete desafiar as fronteiras da criação e da vivência da obra teatral, mergulhando nas questões da identidade, da representação e da autenticidade».
Em palco (que tem uma «intrigante disposição cénicax, com «elementos figurativos e abstractos»), estão Cirila Bossuet, João Cachola, Sandra Pereira e Tiago Bôto. A estreia acontece 4 de Abril, no Teatro Ibérico, com sessões às 21 horas; no último dia (7 de Abril – Domingo), será às 16 horas. Os bilhetes estão à venda na Ticketline, com preços a partir de 5 euros.