Getir anuncia saída de Portugal: a app de entregas de supermercado vai deixar o Sul da Europa

Apenas dois anos depois de ter entrado em Portugal, a app turca diz ‘adeus’. Os baixos lucros da empresa neste mercado justificam esta decisão.

Em Outubro de 2021, a Getir chegava a Portugal com uma promessa ambiciosa: fazer entregas ultrarrápidas» de compras entre dez e quinze minutos. Para isso, a app apoia-se em várias dark stores, espaços que não estão abertos ao público e que servem apenas de ‘armazém’, de onde saem os produtos para os clientes.

Menos de dois anos depois, a Getir vai sair, não só de Portugal, mas também de Espanha e Itália: a empresa anunciou, em comunicado, que «pretende terminar as suas operações, de forma ordenada» nestes três mercados.

A empresa anuncia, contudo, que vai continuar a operar no Reino Unido, nos EUA, na Alemanha e nos Países Baixos; além disto, a Getir confirmou que está a «finalizar uma ronda de financiamento».

Esta saída de Portugal, Espanha e Itália não foi justificada de forma oficial pela Getir, mas é fácil perceber a razão, com um detalhe que vem explicado no mesmo comunicado: os quatro mercados onde a app se mantém são responsáveis por «96% das receitas da empresa».

Isto faz com que os mercados Sul da Europa fiquem apenas com 4% do peso nos lucros da Getir – extrapolando estes números, e tendo em conta as dimensões dos países, é muito provável que Portugal seja apenas responsável por 1% ou menos deste “bolo”.

«A retirada da Getir destes três mercados permitir-lhe-á concentrar os seus recursos financeiros nos mercados existentes, onde as oportunidades de rentabilidade operacional e de crescimento sustentável são mais fortes», acaba por dizer a Getir, em jeito de confirmação desta teoria.

Em Portugal há pelos menos quatro aplicações com um modo de funcionamento semelhante à da Getir, onde podemos fazer encomendas de produtos de supermercado: Quico (Continente), Bairro, Glovo e Bolt Food.

Para já, não se sabe em que data concreta é que a Getir sairá de Portugal – a empresa termina o comunicado com um lacónico: «De momento não temos mais informações».