Está aí o primeiro dia do resto da vida da Lancia. A clássica marca italiana, que agora pertence ao grupo Stellantis, está de volta ao activo e apresenta-se hoje aos fãs.
A Lancia, que chegou a ser uma das marcas italianas mais activas e reconhecidas, sofreu com a crise que afectou o grupo Fiat no início do século XXI e, neste momento, apenas tem um automóvel: o Y10, cuja versão mais recente é de 2019.
Contudo, a Stellantis (o grupo de que agora faz parte e que reúne várias insígnias do mundo automóvel, entre elas a Peugeot e a Citroen, além da Fiat) vai dar-lhe uma nova vida. O primeiro anúncio, que acontece hoje durante o evento Lancia Design Days, é a linguagem de design que vai ser o fio condutor da marca nos próximos anos, cujos automóveis vão ser eléctricos.
Esta linguagem ganha forma com o «manifesto tridimensional» anunciado pela Lancia, o Pu+Ra Zero (acrónimo de ‘PUra’ e ‘RAdical’), e com o novo logótipo; a marca junta-se ainda à Cassina, uma empresa italiana de design.
O «manifesto tridimensional» é uma “escultura” que reúne as linhas que vão identificar os novos Lancia – o primeiro automóvel será o Ypsilon, um topo de gama. Segundo a marca, a inspiração foram os modelos «Aurelia e Flaminia», com traços dos automóveis desportivos «Stratos e Delta».
«Com o Pu+Ra Design, os volumes dos novos veículos são criados por camadas sucessivas, adicionando e cruzando formas elementares e icónicas, como o círculo, o rectângulo e o triângulo, combinando-as com detalhes eclécticos. O resultado é uma linguagem global que não é tipicamente automóvel», descreve a Lancia.
Já o novo logótipo, representa o «símbolo da nova era da Lancia e marco da sua entrada na mobilidade eléctrica»; apesar disto, é inspirado na imagem de 1957 e «revisita todos os elementos distintivos do logótipo histórico, a roda, a bandeira, o escudo, a lança e o lettering». Contudo, em 2022 surgem «reinterpretados para os tornar mais modernos, projectando-os para o futuro».
O Ypsilon eléctrico, que será o primeiro automóvel da “nova” Lancia, chega ao mercado em 2024; o objectivo da marca é lançar três novos automóveis: «Um a cada dois anos» até 2028, com o objectivo de «cobrir 50% do mercado».
Já a parceria com a Cassina vai dar uma «atmosfera de “sala de estar”» ao interior dos automóveis, que «proporciona uma sensação caseira, semelhante à que se vive numa típica habitação italiana». Os habitáculos serão inspirados «em ícones do passado como o Gamma, Thema e Flavia».