Com o decreto do Estado de Emergência e a imposição de mais um confinamento, o Governo definiu novas regras para as apps de entrega de refeições. A Uber Eats não gostou.
A Uber Eats reagiu hoje aos novos limites definidos pelo Governo para as apps de entrega de refeições, que incluem um limite de 20% para as comissões cobradas aos restaurantes por este tipo de apps e proibição de aumentar preços e valor das taxas de entrega.
Segundo a empresa, estas regras vão «forçar» uma mudança na forma de estar da app no mercado, com uma consequência, em tom de ameaça a clientes, estafetas e restaurantes: «Vai prejudicar todos os que utilizam a nossa aplicação e que queremos apoiar».
Em comunicado, a Uber Eats adopta uma postura de confronto e promete dificuldades no acesso ao serviço da app: «Estas medidas tornam o serviço menos acessível para os consumidores, o que limitará a procura dos restaurantes e consequentemente as oportunidades dos milhares de pessoas que fazem entregas com a nossa aplicação».
Medina criticou acção «predatória» da Uber Eats
Recorde-se que, recentemente, a Uber Eats e as restantes apps de entrega de refeições de empresas multinacionais já tinham sido criticadas pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medida, por estarem a agir de forma «predatória em relação aos restaurantes», já que as taxas cobradas chegam aos 35%. Medina chegou mesmo a propor uma nova plataforma de entregas com condições mais vantajosas.
A Uber Eats lembra ainda que tem sido uma das empresas que mais tem apoiado os restaurantes durante a pandemia: «Desde Março de 2020 que investimos financeiramente num plano para ajudar os mais de seis mil restaurantes e comerciantes – e as milhares de pessoas que dependem deles para trabalhar». Na altura, a Uber Eats tomou, também, a decisão de abolir a taxa de entrega.
Bolt Food responde com tranquilidade e promete mais restaurantes
Oposta à reacção da Uber Eats foi a da Bolt Food. A mais recente app de entrega de refeições a entrar em Portugal diz que está a «trabalhar para garantir o cumprimento de todas as medidas e restrições» pelo tempo que forem exigidas.
A plataforma promete ainda que vai manter a taxa de entrega grátis num raio de 4 km (entre o local do pedido e o restaurante) e quer «aumentar ainda mais a seleção de restaurantes».
A TakeAway também prefere alinhar pela positiva e lembra as medidas que já tem tomado este ano para apoiar os restaurantes: «Desde o início da pandemia, apoiámos milhares de restaurantes independentes, retirámos a comissão para registo na app e a comissão em pedidos de recolha no local».
A plataforma lembra que sempre «cumpriu as regras e os regulamentos locais» e vai «continuar a medidas para apoiar os restaurantes parceiros durante novos períodos de encerramentos e restrições», conclui Neuza Jorge Pinto, team lead e porta-voz Takeaway.com para Portugal.
EM ACTUALIZAÇÃO
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