O conhecido fruto português, que conhecemos melhor pela aguardente, é a base de um dos vencedores do Concurso de Ideias de Negócio do programa AgriEmpreende. Os outros são uma bebida feita a partir de soro de leite e um adubador ecológico.
Há novas ideias no ramo alimentar e agrícola em Portugal que acabam de ser distinguidas com prémios monetários e de aceleração de negócio. As distinções foram dadas pelo programa AgriEmpreende, na sua mais recente edição do Concurso de Ideias de Negócio.
O AgriEmpreende é uma iniciativa promovida pelas associações Agrocluster (Santarém) e InovCluster (Castelo Branco) financiada pelo programa Compete 2020, pelo Portugal 2020 e pela União Europeia que, através do FEDER, entra com 837 mil euros.
Em 2019, foram distinguidos três projectos: dois do ramo alimentar e um da área agrícola. O grande vencedora foi a Toal, uma marca criada em 2017 por duas alunas do mestrado de mestrado da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).
Daniela Costa e Rita Martins apresentaram as suas «ecobebidas» de morango com 0% de glúten, ricas em antioxidantes e probióticos e feitas com “fruta feia”, um tipo de fruta rejeitada para venda por ter um mau aspecto, embora com sabor intacto.
As duas alunas criaram estas bebidas através de «uma tecnologia inovadora de tratamento de soro de leite», disse Daniela Costa, responsável da Toal. De acordo a mesma, este «subproduto resultante da manufactura do queijo» foi, com este procedimento, transformado em «duas bebidas originais e nutritivas com vários sabores e aromas»: a Toal Proteína e Toal Energia.
Em segundo lugar ficou um «adubador ecológico de alta precisão», uma ideia do engenheiro mecânico Luís Miguel Francisco, cujo objectivo é dosear o adubo «acordo com as necessidades reais dos terrenos agrícolas».
Finalmente, a medalha de bronze foi para um pão de medronho, criado por Rui Lopes, professor da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister, e que já tinha sido apresentado ao público em 2018.
O pão de medronho de Rui Lopes tem «base tradicional» e «incorpora o medronho após ser submetido a determinado processamento tecnológico nas diferentes partes do fruto (polpa, esclerídeos e fibras)».
Segundo Rui Lopes, este é «um pão que apresenta características muito distintas em termos nutricionais – é rico em minerais e em vitaminas, com compostos antioxidantes, ácidos gordos mono e polinsaturados e ácidos orgânicos voláteis», explica o professor.
Os três vencedores receberam prémios monetários de cinco, três e mil euros, respectivamente, e ainda dois períodos de incubação física num centro de coworking em Santarém ou em Castelo Branco para desenvolver o negócio antes (três meses) e depois do início de actividade (seis meses).