É sempre triste quando vemos uma instituição histórica ficar de fora dos apoios governamentais às artes. Depois do episódio com o Tetro da Cornucópia, em 2016, desta vez é o TEP a ser prejudicado.
O Teatro Experimental do Porto ficou a saber, esta semana que não faz parte do Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021. Segundo os responsáveis pelo TEP este decisão é «injusta, tanto quanto infundada», pela «exiguidade ou mesmo ausência de argumentos que a sustentem».
Num email enviado para o Teatro Experimental do Porto, a DGArtes disse que a candidatura do TEP «não traz quaisquer argumentos que possam contribuir para a reapreciação da sua candidatura».
Esta decisão foi a respostas a um pedido de reavaliação da candidatura do teatro, depois de a DGArtes ter atribuído uma pontuação que não permitia ao TEP entrar no lote de companhias artísticas beneficiadas pelos apoios monetários do Governo.
No mesmo mail, citado pelo TEP, a DGArtes sublinhou que «não encontra fundamentos para alterar a pontuação atribuída». Depois disto, a direcção do Círculo de Cultura Teatral/Teatro Experimental do Porto decidiu fazer um recurso hierárquico, pelo que o desfecho negativo do seu concurso aos apoios ainda pode ter um volte-face.
Contudo, se os apoios monetários não forem atribuídos, o TEP pode vir a cancelar as actividades previstas para este ano, coisa que a direcção quer «evitar».
Assim, estão em causa, pelo menos, seis projectos do Teatro Experimental do Porto para 2018, dois dois quais já em Junho: A Teoria das Três Idades (peça) e Caos Danado (documentário), ambas no dia 18, no Teatro Municipal do Porto-Rivoli.
Os outros são Nau! (7 a 29 de Julho), a reposição da Trilogia da Juventude no Teatro Nacional D. Maria II (11 a 27 de Outubro) e no Teatro Municipal do Porto (7 a 17 de Novembro), Verdade ou Consequência (6 de Dezembro, Teatro Nacional São João) e o projecto de peças curtas Cozinhas que acontecem nos foyers dos teatros.