Argentina, 33 anos e «uma invulgar independência». Conheça Claire de Santa Coloma, a vencedora da 12.ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP.
Claire de Santa Coloma (que expõe regularmente desde 2008) é a mais recente sucessora de uma “linhagem” de artistas onde estão, por exemplo, Joana Vasconcelos, Leonor Antunes, André Romão, Gabriel Abrantes, Priscila Fernandes, Ana Santos ou Mariana Silva.
A artista argentina (Buenos Aires, 1983) estudou escultura de talha directa nos Ateliers Beaux Arts de la Ville de Paris e, ao mesmo tempo, tirou o mestrado de investigação em Artes Plásticas na Universidade La Sorbonne.
Entre 2007 e 2009 foi artista residente na Casa de Velázquez em Madrid e entre 2009 e 2010 frequentou o programa de Estudos Independentes da MAUMAUS, em Lisboa e participou na 29.ª Bienal de São Paulo.
Em 2010 marcou ainda presença na residência La Belle Alliance (Metropole), no Goethe Institute de Lisboa e em 2017 foi já convidada para integrar o programa de Lisboa Capital de Cultura Iberoamericana. Na altura, Claire de Santa Coloma participou com uma residência nos ateliers dos Coruchéus e um projecto na galeria Quadrum.
Entre as suas exposições individuais destacam-se Guía Prático para Fazer uma Escultura Básica de Madeira, A Ordem Complexa, A Escassez nos Salvará da Catástrofe e A Experiência da Medida.
Em exposições colectivas, Claire de Santa Coloma participou na Excusa Argumental e na Bienal de Arte de Buenos Aires, em 2013.
O seu percurso levou-a até Lisboa, cidade onde trabalhou para conquistar o Prémio Novos Artistas Fundação EDP. Segundo a argumentação do júri, Claire de Santa Coloma revelou «uma invulgar independência».
Aqui fica a descrição da obra a artista vencedora segundo a perspectiva da Fundação EDP que, segundo o mesmo é também uma importante reafirmação de liberdade:
«O seu trabalho, rico em choques e sobreposições entre o que é óbvio e o que é subtil, entre o evocativo, o icónico e o funcional, entre o banal e o descritivo, ou entre o artesanal e o simbólico, suscita perplexidades e linhas de inquirição plenamente contemporâneas, e nada deixa fechado em relação ao seu próprio futuro.
A sua instalação, educada e subversiva, leva-nos a reconsiderar noções como as de individualidade e de interioridade. A sua culta abordagem a uma arte supostamente gasta é feita num contexto de redefinição e de reapropriação, e o seu trabalho transcende a sua própria técnica. Esta é sofisticada e tem ao seu serviço o domínio de tecnologias complexas e exigentes.
O trabalho da artista convida o espectador a usar o tempo, a olhar, ver e raciocinar. O seu posicionamento e a sua atitude permitem prever o aparecimento de mais ruturas, de novas descobertas e ainda de mais momentos de exceção. A obra apresentada é, no entender do júri, um exemplo de dedicação e uma importante reafirmação de liberdade».
O Prémio da Fundação EDP tem o valor de 20 mil euros e destina-se a «apoiar a continuação do estudo ou do trabalho de criação e investigação do artista e à internacionalização da sua carreira».
Este ano, foi Ana Guedes a receber a Menção Honrosa pela sua «originalidade e pela sua capacidade em conjugar som, espacialidade e narrativa crítica». A exposição com os trabalhos dos seis finalistas está patente na Central EDP até 9 de Outubro de 2017.