Qashqai e-Power: conduzimos (até à Quinta da Barrosinha) o novo SUV da Nissan inspirado num samurai

Com o renovado Qashqai, a Nissan mostra uma linha de design coerente entre os estes três SUV, com ópticas LED alongadas e uma grelha em 'V', inspirada na armadura de um samurai.

©TRENDY Report | Nissan Qashqai Frente
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Era um dos mais recentes Nissan que nos faltava conduzir, em 2024, aqui em versão híbrida. O nosso último teste do ano foi feito numa viagem que nos levou até Alcácer do Sal.

Depois do Ariya (em Junho) e do Juke (em Agosto), chega a vez de sabermos o que vale o mais recente modelo renovado da marca japonesa. Assim, conduzimos aquele que será, provavelmente, o seu mais emblemático automóvel do género e que acabou por “fundar” o gosto geral que o público tem por SUV.

O Qashqai original foi lançado em 2006, é um dos automóveis mais vistos nas estradas nacionais: só na Europa, ultrapassou os três milhões de unidades vendidas em quase vinte anos. Ora, como diz um anúncio que ficou célebre, tantas pessoas «não podem estar erradas». Apesar de alguns aspectos menos bem conseguidos, este SUV é, de forma geral, consistente e apelativo.

©TRENDY Report | Nissan Qashqai Traseira
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Com o renovado Qashqai, a Nissan mostra uma linha de design coerente entre os estes três SUV, com ópticas LED alongadas e uma grelha em ‘V’, inspirada na armadura de um samurai. O resultado é um automóvel com uma frente agressiva, mas cuja traseira não acompanha as mudanças que vemos à frente – aqui, gostávamos que a marca tivesse arriscado mais.

No interior, o design é o habitual da Nissan: não alinha muito com o minimalismo, embora, fruto da versão que testámos, os bancos desportivos acabem por fazer a diferença em termos de aspecto e conforto. Não é um Ariya, mas muitas vezes a linguagem de design geral das marcas é mais vincada no exterior que no interior. Ainda assim, temos o pormenor de o selector de marcha ser o mesmo do SUV eléctrico da Nissan.

O que podia ter sido ajustado era o ecrã do sistema de infoentretenimento – e esta é uma crítica recorrente que fazemos a vários modelos que temos testado: é demasiado comprido, o que torna complicado interagir com opções que estejam mais à direita.

©TRENDY Report | Nissan QashqaiCockpit
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Aqui, o conceito de que gostámos mais este ano foi do que vimos no Opel Astra, mais virado para o condutor, o que facilita, e muito, o uso, já que para escrever não é muito confortável. Contudo, o sistema é fluido, embora o design não pareça o de um carro actual, com menus que surgirem datados e não estarem em linha com a inovação do Qashqai.

E, se o formato do ecrã até se ultrapassa com o uso, há outra que se tornou muito irritante durante as viagens que fizemos: o sistema de ajudas à condução tem alertas alertas muito intrusivos que não se limitam ao cruzamento da faixa de rodagem sem pisca ou ultrapassagem do limite de velocidade.

O festival de “beeps” do Qashqai também inclui avisos sonoros para coisas das quais nem nos apercebemos do que possam ser: olhamos para o painel de instrumentos e, aparentemente, nada está mal. Este SUV é mesmo muito “nervoso” neste departamento, embora haja um botão no volante (um automóvel com umas ondas azuis) que dá acesso directo a um menu para desligar os alertas.

©TRENDY Report | Nissan Qashqai Selector
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Também não ficámos fãs do sistema de cruise control, que se apresentou confuso de configurar. Para aumentar e diminuir a velocidade temos de recorrer aos mesmos botões de ‘Reset’ e ‘Set’, o que acaba por ser pouco intuitivo – tivemos sempre de estar a seguir as instruções no ecrã, pois, como servem múiltiplas acções, os botões são contextuais.

Já o painel de instrumentos, muito tradicional e de grandes dimensões, mostra a informação esperada, com o conta rotações à esquerda, onde também está o nível da carga eléctrica. À direita, está o conta quilómetros e o nível de combustível, com a autonomia. Ao meio, podem ser mostradas várias infos/menus, como áudio, navegação, definições, consumos. Tudo aqui é mostrado de forma clara e intuitiva, o que nem sempre é verdade em automóveis asiáticos.

Na consola central (que tem um padrão de fibra de carbono de que gostámos) temos o estacionamentos automático, o ‘e-Pedal’ (que nos deu uma experiência muito muito dura) e o modo ‘EV’. Temos ainda uma bandeja Qi muito conveniente, mas, nesta zona faltam entradas USB. Só há duas e estão escondidas sobre o alçapão do apoio de braço todas USB-C; os passageiros que viajarem atrás têm direito a mais duas, do mesmo tipo.

©TRENDY Report | Nissan Qashqai 3D Cam
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Em termos de botões físicos, este Qashqai também mostra uma oferta generosa e que faz sentido: temos direito todos relativos ao do ar e AC, brilho do ecrã, avanço/recuo nas estações de rádio/playlists e o da câmara, que nos dá acesso a um menu com muitas e boas opções de visualização, incluindo a 3D (esta última mostra o carro como se estivesse ser filmado na terceira pessoa).

No que respeita à arrumação, este não é o automóvel com mais opções que conduzimos este ano. A zona dos botões físicos, ao centro, podia estar mais bem organizada para ter mais espaços de arrumo. Assim, apenas temos dois suportes para copos/garrafas e a zona do apoio de braço, com um conceito duplo: pequena bandeja e compartimento mais fundo.

Durante as viagem que fizemos, e que juntou autoestrada a estradas nacionais de e para a Herdade da Barrosinha (Alcácer do Sal), notámos suavidade na passagem do modo ‘EV’ para combustível, embora no arranque demore mais a desenvolver. O carregamento da bateria também é feito de forma rápida, mesmo não estando no modo ‘B’.

©TRENDY Report | Nissan Qashqai Bancos
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A versão cedida pela Nissan foi a e-Power Advance de 190 cavalos. Com quase 200 quilómetros feitos, fizemos: 5,3 l/100 e gastámos apenas um quarto do depósito de combustível, o que está em linha com os 5,2 l/100 prometidos pela marca (WLTP). Com apenas o extra da pintura metalizada especial (569,11 euros), este Qashqai custa 46 298 euros. Os pedidos de text-drive podem ser feitos no site da marca.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].