O BYD Han fez parte do trio de automóveis eléctricos com que a marca chinesa se apresentou em Portugal e é a opção mais premium do seu portfólio.
O habitáculo do Han não engana: desde o volante aos bancos, percebemos perfeitamente que temos pela frente um automóvel eléctrico com um interior luxuoso, onde também se destacam o padrão de madeira negra e painéis acolchoados.
Quer o volante, quer os bancos, ajustam-se automaticamente à nossa posição de condução assim que entremos no Han e há uma luz pulsante que ilumina o tablier (quase como acontece com os periféricos RGB para gaming) e muda de cor, algo que podemos definir no computador de bordo.
Aqui, temos um ecrã táctil com 15,6 polegadas que, ao contrário de outros modelos BYD, não é rotativo como acontece com o Atto 3, por exemplo. Do que não gostámos mesmo foi do facto de a zona de carregamento smartphone estar sob o apoio de braço. A opção da marca é estranha e impede de vermos o ecrã: devia estar à frente, como acontece com outros automóveis.
Uma boa opção da BYD foi ter posto um HUD que mostra apenas velocidade projectada no pára-brisas. Parece suspenso na estrada, tem uma boa dimensão e dá-nos uma visualização clara da informação, a branco. O facto de podermos mudar para azul, o chamado ‘modo de neve’, permite-nos ter mais contraste.
Já o som está a cargo de um sistema Dynaudio com doze colunas, que debitam uma potência considerável para um automóvel deste tipo. A abordagem de design com que nos deparamos, no interior, continua por fora: o Han faz-se com linhas suaves, orgânicas e com um conjunto de ópticas, atrás e à frente, que lhe dão um toque futurista.
Tudo isto são marcas que tornam o Han um automóvel dedicado ao segmento de luxo, como a especial missão de ser concorrente de propostas semelhantes da Mercedes (os EQE) e da BMW (os i5). Este sedan estará como peixe na água em viagens longas, de auto-estrada, mas percebemos que também se trata de um modelo ágil q.b. para as ruas da cidade.
Ainda assim, temos de contar com quase cinco metros de comprimento e dois de largura, pelo que o melhor é mesmo ter cuidado nas garagens dos shopping ou em vielas mais apertadas. Aqui, é especialmente útil o conjunto de apoios à condução do Han, com câmaras colocadas à volta de todo o automóvel, assim como sensores que nos avisam dos perigos iminentes.
Como acontece com (quase) todos os eléctricos, o Han também tem uma funcionalidade de autopilot, que nos permite usar o automóvel durante um curto período de tempo sem mexer no volante. Aqui, notámos que o sensor de mãos no volante obriga a uma pressão das mais leve que no Atto 3.
Este sistema de segurança começa por avisar que temos de rodar levemente o volante aos 14 segundos (imagem em baixo), apenas com indicação visual a vermelho no painel de instrumentos; só aos 20 segundos soa um aviso sonoro. Isto dá-nos a ideia de que o Han não quer chatear muito o condutor.
Muito interessante é a funcionalidade Vehicle-to-Load, que permite usar as baterias do Han para dar energia a equipamentos que tenhamos no exterior; o exemplo da marca é uma situação de campismo, mas não estamos a ver este sedan de luxo a ficar estacionado num parque ou na floresta a servir de power bank para ligarmos uma candeeiro ou um forno eléctrico.
Em Portugal, o BYD Han tem uma versão única, a Executive, com um preço a rondar os 72 500 euros. Os pedidos de test-drive podem ser feitos no site da marca, representada em Portugal pela Salvador Caetano.