Dolphin: conduzimos o golfinho da BYD que tanto “nada” bem em cidade, como em autoestrada

O BYD Dolphin tem quatro níveis de equipamento, pode chegar aos 204 cavalos e tem uma autonomia máxima de 427 km. Os preços começam nos 29 990 euros.

©TRENDY Report | BYD Dolphin 1
©TRENDY Report

O terceiro eléctrico BYD testado pelo TRENDY Report foi o automóvel da marca chinesa que mais nos surpreendeu até agora, muito por culpa de as expectativas estarem baixas.

Depois de conduzir um Atto 3 e um Han, entrar no Dolphin podia ser entendido como uma despromoção. Na verdade, estávamos prestes a entrar num utilitário básico, sem grande história ou motivos de interesse.

Mas não podíamos estar mais enganados: é certo que o aspecto exterior do BYD Dolophin é, no mínimo, desinteressante; mas depois de começarmos a conduzir este automóvel eléctrico, lembrámo-nos logo do slogan dos Transformers: ‘More thant meets the eye’, qualquer coisa como ‘há mais além do que os olhos conseguem ver’.

©TRENDY Report - BYD Dolphin
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É é mesmo isto que resume o nosso teste ao BYD: um automóvel bastante agradável de e divertido de conduzir, com um bom nível equipamentos e uma óptima sensação de segurança e fiabilidade. Sentimos que podíamos ir para “mar aberto” com este golfinho e não apenas ficar presos à “rede” das estradas de cidade.

Apesar disto, há alguns problemas no cockpit do Dolphin: por exemplo, o painel de instrumentos do condutor, igual ao do Atto 3, é confuso. Mostra vários ícones e avisos ao mesmo tempo, o que se torna pouco intuitivo.

Depois, o botão ‘Start/stop’ está num local estranho, por trás da manete do limpa pára-brisas, o que nos obriga a fazer um movimento pouco natural com a mão. Nas ligações físicas, apenas temos USB-C, que sofrem do mesmo mal deste botão: ficam igualmente “escondidas”, por baixo da bandeja de arrumação, ao centro.

TRENDY Report - BYD Dolphin
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A base de carregamento por indução também devia estar à frente e não atrás, no pilar da consola central. Desta forma o telemóvel fica meio tapado, mas podemos interpretar isto de outra forma: também pode ser uma forma de evitar distracções durante a condução.

Para terminar esta lista de pontos negativos, os vários botões físicos que estão na consola central estão colocados de uma forma que nos podem levar a carregar de forma inadvertida, quando usamos o ecrã táctil, ao pousar o pulso na bandeja que está por baixo.

Mas nem tudo é mau no reino do Golfinho: o selector de mudanças é um manípulo circular eficaz e o habitáculo tem um agradável design orgânico, com um padrão de escamas nas saídas de ar e puxadores das portas a lembrar as asas de uma manta (foto em baixo).

©TRENDY Report | BYD Dolphin
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Não queremos dizer com isto que é um aspecto consensual, mas acaba por ser fiel as valores da marca, com a sua linguagem ligada ao oceano. Isto acaba por ser diferente do design mais europeu dos automóveis que estão no mesmo segmento do Dolphin, para o bem e para o mal.

Continuamos nos pontos positivos, quando falamos dos bancos: são muito confortáveis, têm aquecimento e são electrónicos; a qualidade dos materiais é igualmente boa, apesar de haver muito plástico, o que não podemos dizer ser surpreendente, para um automóvel deste género. Aqui, as zonas em tecido fazem a diferença.

Em Portugal, o BYD Dolphin tem três versões: 95, 176 e 204 cavalos, com autonomias entre 310 e 427 km e quatro níveis de equipamento: Active, Boost, Comfort e Design. Os preços vão dos 29 990 aos 37 mil euros. Os pedidos de test-drive podem ser feitos no site da marca, representada em Portugal pela Salvador Caetano.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].