O terceiro elรฉctrico BYD testado pelo TRENDY Report foi o automรณvel da marca chinesa que mais nos surpreendeu atรฉ agora, muito por culpa de as expectativas estarem baixas.
Depois de conduzir um Atto 3 e um Han, entrar no Dolphin podia ser entendido como uma despromoรงรฃo. Na verdade, estรกvamos prestes a entrar num utilitรกrio bรกsico, sem grande histรณria ou motivos de interesse.
Mas nรฃo podรญamos estar mais enganados: รฉ certo que o aspecto exterior do BYD Dolophin รฉ, no mรญnimo, desinteressante; mas depois de comeรงarmos a conduzir este automรณvel elรฉctrico, lembrรกmo-nos logo do slogan dos Transformers: ‘More thant meets the eye’, qualquer coisa como ‘hรก mais alรฉm do que os olhos conseguem ver’.
ร รฉ mesmo isto que resume o nosso teste ao BYD: um automรณvel bastante agradรกvel de e divertido de conduzir, com um bom nรญvel equipamentos e uma รณptima sensaรงรฃo de seguranรงa e fiabilidade. Sentimos que podรญamos ir para “mar aberto” com este golfinho e nรฃo apenas ficar presos ร “rede” das estradas de cidade.
Apesar disto, hรก alguns problemas no cockpit do Dolphin: por exemplo, o painel de instrumentos do condutor, igual ao do Atto 3, รฉ confuso. Mostra vรกrios รญcones e avisos ao mesmo tempo, o que se torna pouco intuitivo.
Depois, o botรฃo ‘Start/stop’ estรก num local estranho, por trรกs da manete do limpa pรกra-brisas, o que nos obriga a fazer um movimento pouco natural com a mรฃo. Nas ligaรงรตes fรญsicas, apenas temos USB-C, que sofrem do mesmo mal deste botรฃo: ficam igualmente “escondidas”, por baixo da bandeja de arrumaรงรฃo, ao centro.
A base de carregamento por induรงรฃo tambรฉm devia estar ร frente e nรฃo atrรกs, no pilar da consola central. Desta forma o telemรณvel fica meio tapado, mas podemos interpretar isto de outra forma: tambรฉm pode ser uma forma de evitar distracรงรตes durante a conduรงรฃo.
Para terminar esta lista de pontos negativos, os vรกrios botรตes fรญsicos que estรฃo na consola central estรฃo colocados de uma forma que nos podem levar a carregar de forma inadvertida, quando usamos o ecrรฃ tรกctil, ao pousar o pulso na bandeja que estรก por baixo.
Mas nem tudo รฉ mau no reino do Golfinho: o selector de mudanรงas รฉ um manรญpulo circular eficaz e o habitรกculo tem um agradรกvel design orgรขnico, com um padrรฃo de escamas nas saรญdas de ar e puxadores das portas a lembrar as asas de uma manta (foto em baixo).
Nรฃo queremos dizer com isto que รฉ um aspecto consensual, mas acaba por ser fiel as valores da marca, com a sua linguagem ligada ao oceano. Isto acaba por ser diferente do design mais europeu dos automรณveis que estรฃo no mesmo segmento do Dolphin, para o bem e para o mal.
Continuamos nos pontos positivos, quando falamos dos bancos: sรฃo muito confortรกveis, tรชm aquecimento e sรฃo electrรณnicos; a qualidade dos materiais รฉ igualmente boa, apesar de haver muito plรกstico, o que nรฃo podemos dizer ser surpreendente, para um automรณvel deste gรฉnero. Aqui, as zonas em tecido fazem a diferenรงa.
Em Portugal, o BYD Dolphin tem trรชs versรตes: 95, 176 e 204 cavalos, com autonomias entre 310 e 427 km e quatro nรญveis de equipamento: Active, Boost, Comfort e Design. Os preรงos vรฃo dos 29 990 aos 37 mil euros. Os pedidos de test-drive podem ser feitos no site da marca, representada em Portugal pela Salvador Caetano.