Portugal prepara-se para ter as primeiras casas criadas com recurso a uma tecnologia de impressão que usa um tipo de cimento «com menos 40-50% de emissões de CO2».
A Litehaus, uma empresa de «desenvolvimento de propriedades imobiliárias» vai ser a responsável pelas «primeiras casas portuguesas» criadas com recurso a uma «impressora 3D». Estas habitações, destinadas ao segmento do luxo, vão ficar na zona de Torres Vedras. Todas recebem nomes de estrelas: Castor, Altair, Vega, Polaris, Antares e Arcturos, entre outras, com tipologias entre T2 e T5.
Segundo Simi Launay, chief creative officer da Litehaus, a maioria serão casas «T4 com piscina, algumas delas com garagem», com preços entre 500 mil e 1 milhão de euros (o valor, por metro quadrado, andará à volta de 2500 e 3500 euros). Além de Torres Vedras, será também “impressa” uma casa em Melides, no Alentejo.
Contudo, no futuro, a empresa pode via a desenvolver habitações com um preço mais acessível: «Temos notado uma procura crescente por parte das câmaras municipais que querem desenvolver habitação social a um preço acessível e de forma rápida e sustentável», garante Simi Launay, ao TRENDY Report.
Sobre o processo usado, a Litehaus explica que a impressão 3D se «concentra, sobretudo, nas paredes» e permite produzir até 45 metros quadrados, em apenas vinte horas». Sobre a tecnologia, Simi Launay diz que é usado um «tipo de cimento com menos 40-50% de emissões de CO2»; com este processo, torna-se possível de criar «50% de uma casa».
As casas são impressas por «módulos», num «armazém ou numa tenda fechada, em condições ambientais controladas», módulos esses que, de acordo com Simi Launay «vêm completos com isolamento, electricidade e canalização pré-instalados, o que acelera significativamente a montagem no local».
A chief creative officer da Litehaus dá, ainda, um termo de comparação: «O que, tradicionalmente, é construído por vinte pessoas, leva um dia, com a máquina que usamos», com uma poupança de 67% de energia durante o processo de produção.
No futuro, a Litehaus tem a «ambição de construir cem casas por ano em Portugal «com recurso a esta tecnologia e espera que seja possível imprimir casas a um «preço 50% inferior ao da construção tradicional dentro de cinco anos». Outro dos objectivos é criar casas destas para «proprietários que já tenham terrenos», semelhante ao que acontece com as empresas que desenvolvem casas de madeira.