Não tem ecrã táctil, nem pode ser usado com apps; mas tem Internet, faz chamadas e têm uma câmara de 13 MP. O que é, afinal, o AI Pin?
Esta é a resposta mais simples: um gadget compacto, potenciado quase só por inteligência artificial e que quer substituir o telefone. Desenvolvido pela empresa norte-americana Humane, o AI Pin quase parece um dispositivo criado pela Apple: provavelmente, este seria um gadget que a marca de Cupertino gostaria de ter anunciado. A questão é: poria em causa a importância do iPhone ou serviria de complemento?
A pergunta surge pelo facto de o AI Pin não ser um equipamento que se emparelha com o telemóvel, mas sim um possível substituto do mesmo: este dispositivo tem ligação à Internet (via Wi-Fi ou dados móveis) e pode ser usado com eSIM. Este é um conceito semelhante ao de vários relógios inteligentes, de resto.
Durante esta apresentação, a marca disse que a conectividade tem como base o Humane Wireless Service, fornecido pela operadora T-Mobile; para usar este serviço, é preciso pagar uma mensalidade de 24 dólares (cerca de 20 euros).
O facto de não poder ser usado com apps pode fazer com que pensemos que a sua utilidade seja limitada; contudo, como sublinhou Bethany Bongiorno, co-fundadora da Humane (com Imran Chaudhri, junto do qual fez o vídeo de apresentação do gadget), temos acesso a «experiências de IA, que estão integradas no dispositivo ou alojadas na cloud – o Pin sabe aquilo de que precisamos no momento e escolhe a IA certa para ajudar».
Apesar de não ter o funcionamento característico de um smartphone, o AI Pin tem uma câmara de 13 MP, que tira partido de inteligência artificial para reconhecer objectos (e que também grava vídeo/tira fotos como uma de telemóvel). Além disso, há microfones que servem para interagir com comandos de voz, um altifalante e uma superfície sensível ao toque para usar com gestos.
Outra forma de interacção é o Laser Ink Display, em que o AI Pin projecta informação na nossa mão, quando a colocamos a uns centímetros; depois, podemos usar toques de dedos e inclinar a mão, para avançar músicas numa playlist, por exemplo. Isto leva a outra característica do AI Pin: tem de ser usado ao peito.
Este não é, por isso, um gadget para andar no bolso – para isso, existe um sistema de ímanes que prende o AI Pin à roupa. Como um dos conceitos principais é o de projectar informação na mão ou fazer a gravação de imagens, só faz sentido usá-lo à vista, por exemplo, na lapela de um casaco.
A lista de características e funcionalidades de IA é bastante extensa, por isso mesmo o melhor é mesmo ver o vídeo de apresentação (em cima), onde Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno (que já foi gestora de projecto dos sistemas operativos da Apple) demonstram as principais capacidades do IA Pin.
Uma nota final para o preço e disponibilidade: são 699 dólares (quase 650 euros), com as encomendas a começaram a 16 de Novembro, mas apenas nos EUA. No site da Humane é possível ver todos os detalhes sobre este gadget que poderá mesmo ser a alternativa ao telemóvel: «Não é um dispositivo para o mundo tal como o conhecemos hoje, mas sim para o que poderá ser, no futuro», conclui Imran Chaudhri.
