O realizador João Canijo, cujo díptico Mal Viver / Viver Mal vai ser um dos destaques do IndieLisboa 2023, ganhou mais uma distinção.
«A composição obsessiva dos planos, e o desenvolvimento de um conceito sonoro não menos minucioso, são as marcas de um realizador que tem uma ideia de cinema e uma forma de a concretizar plano a plano».
Foi assim que o júri do Festival de Cinema Internacional do Uruguay destacou um dos filmes do díptico Mal Viver / Viver Mal, uma história contada em duas partes, como se uma fosse o «espelho» de outra.
A história passa-se num hotel do Norte, durante um fim-de-semana, a conta a história de um drama familiar dividido em três núcleos. A divisão em duas partes justifica-se pelo modo como é contada a história: na primeira, os clientes do hotel são apenas «sombras e vultos fugazes»; na segunda, são os protagonistas, em oposição com a família que gere o espaço.
«Viver Mal é um espelho do filme Mal Viver. Num espelho, a imagem reflectida é invertida – neste filme, a imagem mostra o que só pode ser imaginado no outro», explica João Canijo.
O realizador ganhou o prémio de ‘Melhor Realizador’ neste festival de cinema com Mal Viver, a segunda distinção em três meses: a primeira tinha sido o Urso de Prata, na Berlinale.
Estes filmes de João Canijo preparam-se, agora, para chegar a Portugal, em ante-estreia no IndieLisboa, a 29 de Abril. Depois, há uma sessão a 7 de Maio no Porto (Batalha Centro de Cinema) e, finalmente, a estreia nacional a 11 de Maio, em «mais de vinte cinemas».