A actriz Sara Carinhas criou e vai interpretar um monólogo que serve de autobiografia, mas que inclui «ficções e relatos que não lhe pertencem».
«Não. Não é sobre memória mas sobre o medo de esquecer». É assim que a actriz e encenadora Sara Carinhas descreve o seu novo projecto – A Última Memória – que estreia em Março no teatro São Luiz, em Lisboa.
Sara Carinhas escreveu o guião e é a única intérprete desta «conferência-monólogo» que, «de vez em quando» se pode «confundir com uma festa». A actriz vai partilhar «referências que alimentem ideias, frames de vida, pensamentos inacabados, dúvidas e propostas».
A Última Memória tem ainda uma interpretação que oscila «entre o guião fixo e a improvisação, ou esquecimento, do momento», explica Sara Carinhas; apesar de a base ser a autobiografia, a actriz vai “confundi-la” com «ficções e relatos que não lhe pertencem».
Apesar de estar sozinha em palco, a actriz vai receber a “visita” de uma escritora: «Virginia Woolf, eterna autora-fantasma revisitada por Sara, volta a aparecer [como já tinha acontecido em Orlando], desta feita através dos seus textos de não-ficção e da cronologia que se cruza entre as duas – por lá estão também imagens, árvores genealógicas, cartas recebidas, medo do fim do mundo e a literatura necessária para manter o sonho».
A Última Memória sobe ao palco do São Luiz para dez sessões entre 22 de Março e 2 de Abril, Quartas, Quintas, Sextas e Sábados às 19:30; no Domingo, a peça, que tem uma hora e meia, começa às 16 horas. Os bilhetes começam nos 12 euros.