Nascido das uvas de duas quintas do Marmeal, o Desconhecido Reserva 2017 é fruto de um ano de seca e calor, no Douro: a vindima foi das «mais precoces de que há memória».
As condições em que aconteceu esta vindima acabam por justificar a quantidade limitada de garrafas com que o Desconhecido chegou ao mercado: 2666 unidades
«As expectativas iniciais de grandes aumentos de produção face a 2016 não se deverão concretizar, pelas condições climáticas que influenciaram de sobremaneira a colheita», explica a enóloga Lisete Osório.
De acordo com a responsável, a seca acabou por provocar a antecipação para 4 de Setembro, «cerca de duas semanas mais cedo que o verificado geralmente na Região Demarcada do Douro». Ainda assim, e apesar de os cachos de uvas terem ficado desidratados, a «apresentavam-se, de uma forma geral, excepcionalmente sãos».
O facto de ter havido pouca chuva, levou a um «aumento da concentração de açúcar num curto espaço de tempo»; Lisete Osório lembra que a vindima aconteceu num momento «oportuno», pelo que foi possível obter «mostos de grande qualidade, com bons níveis de açúcar e compostos fenólicos».
Assim, quase cinco anos depois desta vindima precoce, chega às mesas mais um Desconhecido tinto com a marca ‘Reserva’ que se destaca pela sua «cor rubi intensa e tons violetas».
Lisete Osório fala num vinho «jovem e complexo, com notas de frutos vermelhos e algumas especiarias», com uma «madeira bem integrada» e um «final de boca longo», que «deixa adivinhar uma boa evolução em garrafa».
Em termos de pairing, sugerem-se «peixes, carnes vermelhas, caça, cozinha mediterrânea e queijos curados». A enóloga deixa ainda um aviso: «A garrafa deve ser aberta meia hora antes de servir, o vinho decantado e servido a uma temperatura entre quinze e dezoito graus. O preço ronda os 13 euros.