Portugal tem uma nova livraria online que foge ao mass market. Os criadores da Zola prometem um local com uma «selecção de títulos que segue um certo alinhamento», para explorar com «calma» e «sem urgências».
São mais de 1100 livros, todos «escolhidos a dedo, um a um». A Zola é uma nova livraria online com um conceito que convida ao slow shopping: «Vemos um livro como sendo incompatível com as pressas e com as falsas urgências».
A Zola quer recuperar a matriz das livrarias tradicionais, onde a «selecção de títulos segue um certo alinhamento» e onde é possível receber «sugestões de leitura», dadas por e-mail – mas «tudo feito com calma».
A Zola é para quem valoriza um livro como uma «companhia»
«Não somos uma livraria online onde se pode encontrar qualquer livro de um universo de milhões de títulos que existem no mercado, mesmo que quiséssemos, não lhes conseguiríamos fazer concorrência», esclarecem os criadores da Zola.
Ao contrário do «serviço ultra-rápido com ultra-descontos», a Zola é para os leitores que «valorizam o livro enquanto objecto-companhia, incompatível com as pressas e com as urgências e que queiram passear o olhar pelas estantes».
Na oferta desta livraria online «romances, poesia, contos, ensaios, biografias e livros de história» de uma «grande variedade de editoras», «das grandes às pequenas». A Zola sublinha o facto de estas últimas terem um «papel importantíssimo na divulgação de autores portugueses e no alargamento do espectro no que diz respeito à literatura estrangeira».
Livros enviados pelas editoras para poupar o ambiente
Para encontrar livros no site, podemos fazer a clássica pesquisa por autor e título, mas também por género e geografias, para quem quiser, por exemplo, pesquisar por autores europeus, asiáticos ou sul-americanos: para isso é preciso clicar em ‘Categorias’, no menu da Zola. Outra opção que não é muito habitual ver neste tipo de plataforma é a pesquisa por tradutores.
Apesar de a compra ser feita no site da Zola, não é daqui que alguns dos livros nos são enviados para casa, mas sim das editoras. Os responsáveis justificam esta decisão com a poupança de recursos; desta forma, a livraria não tem de estar a «desembalar o livro e a embalar de novo», o que também podia fazer aumentar os custos de envio.
Finalmente, a Zola faz uma analogia entre os livros e uma realidade que parece já não existir: «Os tempos em que as pessoas pousavam os sacos das compras no chão para conversar com alguém na rua já lá vão. Apenas os velhotes ainda pousam os sacos para conversar. O livro é o velhote que pousa os sacos das compras para conversar, e isso faz muita falta».