Projeto Serra, a nova marca portuguesa de slow fashion que quer relançar a “moda do pastor”

©Projeto Serra
©Projeto Serra

Uma serra, uma camisola – este novo projecto de moda foi criado por três primos e é uma homenagem à vida no campo. Um dos objectivos é ajudar a financiar ofícios em vias de extinção.

Tiago Pinto, Ricardo Amaral e João Duarte têm carreiras ligas à gestão/marketing e há vinte anos andavam de «mãos sujas de resina das árvores» e tinham «sorrisos empoeirados pela terra seca».

Agora, chegou a vez de pegarem nessas memórias de criança para criar um negócio que tem um objectivo social, o chamado «merchandising de impacto» – o resultado é o Projeto Serra, com a assinatura criativa da Withstand Studio.

Viagem começa no Minho e acaba nos Açores

A ideia foi a criação de uma linha de camisolas inspiradas na Natureza para «democratizar os costumes do interior do País e relançar ‘a moda do pastor’», ou seja, a ligação à terra e aos costumes tradicionais.

Para isso, cada uma destas camisolas é feita apenas com materiais sustentáveis e endémicos de cada uma das serras que lhes dá nome: Soajo (Alto Minho), Freita (Aveiro), Estrela (Beira Interior) e Pico (Açores).

A Soajo, em amarelo-torrado, é feita em malha polar 100% polyester reciclado, com um com bolso no peito que tem um detalhe em burel cinza. A Freita também tem malha polar (bege), mas com 55% pura lá e 45 de algodão, com um capuz em burel castanho ferrugem e um bolso canguru.

©Projecto Serra
©Projecto Serra

Projecto vai ajudar «ofícios em via de extinção»

Esta volta a Portugal em serras segue, depois, para a Estrela, uma camisola castanha-clara em malha polar 100% polyester reciclado, dois bolsos frontais para as mãos e uma gola forrada a pelo de ovelha; a última paragem é no meio do Atlântico, com a camisola Pico, em verde bosque com o mesmo material da anterior e um bolso feito à mão nos Açores em algodão riscado colorido e um botão de vime.

As camisolas do Projeto Serra querem «dar voz e visibilidade aos costumes e gentes das serras e montanhas portuguesas» e parte dos lucros será canalizada para «financiar projetos de promoção destes territórios e de ofícios em via de extinção». Todas são unixesso e estão apenas à venda online com preços entre os 105 e os 155 euros.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].