Barbara Veiga: «Conhecemos mais a superfície da lua que o oceano. Luto para que esse cenário se possa transformar»

©Michael Williams
©Michael Williams | Bárbara Veiga, a bordo do navio Steve Irwin da SeaSheperd.

A artista e activista socioambiental Barbara Veiga vai ter uma exposição este Sábado em Lisboa. O objectivo é «sensibilizar para a protecção do oceano».

Um dos temas ambientais que mais tem dominado a atenção nos últimos anos é a poluição dos oceanos, sobretudo com plásticos. Muitas empresas têm lançado iniciativas para ajudar a combater este problema e o plástico tem sido afastado do dia-a-dia por hotéis, companhias aéreas e grandes marcas de consumo.

Mas há outras abordagens que podem ajudar a perceber o impacto que a acção humana tem tido nos oceanos: «Utilizar a arte como ferramenta da consciencialização planetária parece-me o único caminho viável para comunicar e sensibilizar a sociedade de forma directa, sincera e amorosa».

Vinte artistas a “mergulhar” nos oceanos

Barbara Veiga (aka Sea Woman), 37 anos é activista há mais de vinte e viveu sete anos nos mares em missões ambientais e de exploração com a Sea Shepherd – inclusive lançou um livro onde conta a experiência, Sete Anos em Sete Mares, apresentado em Portugal há dois anos.

©Barbara Veiga
©Bárbara Veiga | Uma das fotografias que estarão na exposição, tirada pela activista no Oceano Índico.

Este fim-de-semana, Bárbara Veiga participaa na exposição fotográfica Thank You Ocean de acesso livre, que fica durante todo o dia (das 11 às 18) de Sábado no espaço Thank You Mama (zona dos Anjos), onde estarão também trabalhos de mais vinte artistas. A organização é da ONG JCI Portugal e todas as fotos estão à venda: «15% será entregue a organizações que lutam pelo oceano», lembra Barbara Veiga.

“Sangue azul” para a sobrevivência humana

Ao longo da tarde, há ainda duas conversas com Fernando Reis, da Associação SEI Portugal (que defende o equilíbrio da vida marítima com base na conservação dos tubarões) e Chris Storey da delegação portuguesa da ONG SeaSheperd.

«Esta exposição que reúne vinte artistas é uma oportunidade de ampliar a defesa do oceano. Dependemos dessa grande massa líquida azul para sobrevivermos, mas conhecemos mais a superfície da lua que o oceano. Luto para que esse cenário possa se transformar», conclui a activista brasileira.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].