Citroen de trazer pela cidade: o novo AMIgo da mobilidade eléctrica é um quadriciclo de oito mil euros

©TRENDY
©TRENDY

A Citroen está, esta semana, a fazer a apresentação oficial de um novo veículo exclusivo para a cidade. O AMI não é um automóvel e quer concorrer com as trotinetas e scooters eléctricas.

Parece um automóvel, mas não é um automóvel. É esta a primeira impressão que temos do AMI, o novo veículo da Citroen para a mobilidade urbana que não pode andar em auto-estradas, IC ou passar a ponte 25 de Abril, por exemplo.

O AMI tem um motor eléctrico de 6 kW/h e uma bateria que pode ser carregada numa tomada de 220 V (traz uma ficha comum, como se fosse um electrodoméstico ou uma TV). Este quadriciclo (a designação oficial, segundo a marca francesa) tem uma autonomia de 75 km e uma velocidade máxima de 45 km/h.

Como é habitual neste tipo de veículos, as mudanças são automáticas – no caso do Citroen AMI, nem sequer há um manípulo para definirmos a marcha. Para isso, temos três botões que ficam na base do banco do condutor: R, N e D, ou seja, marcha-atrás, neutro e drive (condução).

As dimensões são muito semelhantes às de uma moto quatro – aliás, o AMI parece mesmo um destes veículos, mas com uma cápsula protectora, toda feita em plástico: tem quase dois metros e meio de comprimento e um metro e meio de largura.

©TRENDY
©TRENDY | O AMI é um veículo feito para a cidade: tem apenas 75 km de autonomia.

A Citroen diz que o AMI ocupa «meio lugar de estacionamento» e, pela nossa experiência durante o evento de apresentação e test-drive, a afirmação não está muito longe da verdade – nos espaços onde o parámos, foi notório que caberia tranquilamente outro AMI numa área onde costuma estacionar uma berlina.

O conceito de compra do AMI também foge ao tradicional: este é o primeiro automóvel a estar disponível numa loja de tecnologia e bens de consumo, a Fnac. Os preços começam nos 7350 euros, mas com extras estéticos chegam aos 8710 euros.

Primeiras impressões sobre o Citroen AMI

À primeira vista, o AMI parece um projecto escolar. A sensação de estabilidade e segurança não é muito boa e quando entramos no habitáculo, isso é atenuado pelas dimensões do mesmo. De fora não parece que o AMI seja tão espaçoso.

Pensado para fazer pequenos percursos e ser usado por pouco tempo, a experiência de condução não é muito agradável, embora tenha sido mesmo um dos veículos mais divertidos de conduzir que experimentámos nos últimos tempos.

©TRENDY
©TRENDY | Espaço não falta no interior do AMI – além disso, podem-se comprar à parte todos os acessórios.

O AMI range por todo o lado e passar por estradas esburacadas pode ser uma verdadeira prova de resistência para o corpo – os bancos também não ajudam muito, são rígidos e têm apenas duas “almofadas” separadas no assento e nas costas.

A direcção é, igualmente, um pouco rígida, o travão leva algum tempo a responder, mas tudo parece ser compensado pela visão que temos a 360 graus – aqui não há retrovisor interior (pode ser comprado à parte), além de que os exteriores são muito pequenos e dificultam a visão.

Aliás, a segurança é um dos problemas do AMI: não tem airbag, ABS e outros sistemas que estamos habituados a ter em automóveis comuns, mas a Citroen defende-se: em quadriciclos, nada disto é obrigatório.

Resumindo: uma vez que é versátil, (muito) compacto, ter uma autonomia satisfatória, ser divertido de conduzir e fazer virar vários pescoços, o AMI pode ser uma alternativa interessante para a mobilidade urbana, mas o facto de não poder andar, pelo menos, em IC ou passar a ponte, pode ser um entrave à compra.

©TRENDY
©TRENDY | A traseira do AMI é semelhante à parte da frente – basicamente mudam os tipos de ópticas.

Pelo facto de podermos montar/personalizar o AMI às peças – quase tudo é um acessório, como a coluna de som (não há rádio), as redes para os compartimentos, os tapetes ou as tampas das jantes, este veículo também se pode tornar um projecto DIY, o que pode apelar a muitos utilizadores.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].