Voltas ao mundo há muitas, mas se for em cima de uma pequena Honda Monkey, o desafio é muito maior. É isto que o ex-piloto André Sousa quer tentar fazer em 2020, num projecto que vai durar dois anos.
Mais de cinquenta países, seis continentes, mais de sessenta mil quilómetros e dois anos. Tudo, sempre com uma minimota da Honda, o modelo Monkey, com 125 cc e um motor de nove cavalos – o PVP ronda os quatro mil euros.
Para muitos, isto seria uma tarefa impossível, mas isso não mete medo a André Sousa, um ex-piloto de motociclismo que quer ser o primeiro a dar a volta ao mundo, desta forma.
Primeiro grande desafio de André Sousa é no Norte de África
«Não há qualquer registo oficial de que alguém tenha tentado isso antes e o meu objectivo é obter o recorde da viagem mais longa de sempre com recurso a uma minimoto, num trajecto contínuo, sem nunca regressar a Portugal até completar toda a viagem», diz André Sousa.
Agora, André Sousa está a tentar reunir patrocinadores que lhe garantam sessenta mil euros, soma que, segundo o mesmo, é o «mínimo» para dar início à viagem. Entre as entidades que já deram o seu apoio estão a Honda (que cede a mota e a vai adaptar para a viagem) e a Federação de Motociclismo de Portugal.
O trajecto, que vai levar cerca de dois anos a fazer, começa em Portugal e segue para o Norte de África, até ao Senegal. Depois, a ideia é voltar a entrar na Europa por Espanha e usar a Turquia como porta de entrada na Ásia.
Viagem de mota à volta do mundo inclui três viagens de avião
Sempre pelo Sul, André Sousa quer passar pelo Irão, Paquistão, Índia, Myanmar, Laos e Tailândia. Neste último país asiático, o objectivo é apanhar o primeiro avião da viagem até à Austrália, onde a rota vai ser, mais uma vez, pelo Sul, entre Perth e Sydney.
O destino seguinte é a América do Sul, com a chegada ao Chile (segundo voo), com passagem pela Bolívia, Peru, Colômbia e toda a América Central; esta etapa fica concluída com a passagem pelos EUA e pelo Canadá, onde André Sousa apanha o último avião, de regresso à Europa, até à Suécia.
Para terminar a viagem à volta do mundo, falta apenas a tour pelo Centro e Norte do Velho Continente, com o regresso a Portugal marcado para 2022, ou mesmo 2023, já que, para André Sousa, esta é uma viagem que «demorará sempre mais de dois anos».
Honda Monkey vai ter dois depósitos-extra de gasolina
Entre as principais dificuldades deste projecto está a condução da própria minimota Monkey da Honda: «É mais baixinha e não dá para ter as costas direitas, o que obriga a parar mais vezes para esticar o esqueleto», lembra o ex-piloto.
O facto de ser uma mota mais pequena, também faz com que tenham de ser feitas várias adaptações para uma viagem deste género: «Só há lugar para o condutor e um depósito muito pequeno, o que significa que só vou poder levar comigo aquilo que é mesmo essencial e ainda preciso de transportar gasolina-extra».
Uma das mudanças que a Honda vai fazer a esta Monkey é a instalação de dois depósitos-extra de gasolina (um total de quinze litros), o que leva a autonomia da mota aos seiscentos quilómetros. Depois, será preciso criar um apoio para uma mochila, um saco cama e uma tenda.
De momento, ainda não há data definida para o início desta viagem à volta do mundo, uma vez que o projecto de André Sousa (o Ride That Monkey) está mesmo dependente dos sessenta mil euros que o ex-piloto terá de angariar junto dos patrocinadores.