O regulador dos transportes da capital inglesa, a Transports for London, decidiu retirar (novamente) a licença de operação à Uber. A marca é acusada de várias falhas de segurança que põem em risco a segurança dos clientes.
Enquanto em Portugal, o clima entre as plataformas de TVDE está ameno (já lá vai a tempestade provocada pela divergências entre motoristas e taxistas), no Reino Unido há nuvens cinzentas no horizonte da Uber.
A marca acabou de perder a licença de operação em Londres, na sequência de o regulador dos transportes desta cidade ter identificado um «padrão de falhas de segurança» que colocam os passageiros em risco.
Falhas críticas de segurança permitia uso ilegal da app
Em causa está o facto de, por exemplo, a plataforma da Uber autorizar o upload de fotografias de motoristas não-habilitados para as contas de quem está autorizado a conduzir um automóvel. Esta falha de segurança permitia que outra pessoa pudesse usar o serviço em nome do motorista original, uma prática ilegal.
Segundo o regulador, esta falha de segurança na app da Uber para motoristas foi aproveitada «pelo menos» em catorze mil viagens: «Isto significa que houve vários motoristas sem licença a conduzir automóveis da Uber e a fazer viagens com passageiros», lembra a TfL.
Além deste problema, a Transports for London identificou ainda outro “sinal vermelho” na app da Uber: motoristas que tinham perdido a licença de condução podiam criar uma nova conta e continuar a fazer viagens com passageiros.
Uber fica com 21 dias úteis para recorrer da decisão
Esta decisão da TfL foi apoiada pelo presidente da câmara de Londres: «Apesar de perceber que isto pode deixar os clientes da Uber descontentes, as leis existem para garantir a segurança de todos e é obrigatório que todos os operadores as cumpram se quiserem ter autorização para trabalhar em Londres».
Para a Uber, esta decisão é «errada», uma vez que a marca considera que, nos últimos dois anos «mudou radicalmente o modelo de negócio para se adaptar aos padrões de segurança impostos pela TfL». Jamie Heywood, general manager para o Norte e Europa de Leste da Uber, lembrou ainda que o regulador nada encontrou de anormal numa inspecção feita há «apenas dois meses».
A partir de agora, a Uber tem 21 dias para recorrer da ordem da TfL e, durante este prazo, pode continuar a fazer viagens em Londres. Esta é segunda vez que a marca perde a licença na capital britânica – a primeira foi em 2017.