São vermelhas, chamam-se Jump, são da Uber e já estão espalhadas por Lisboa. As novas bicicletas eléctricas da capital não são uma concorrência à Gira: o preço mete-as ao nível das trotinetas.
Como seria de esperar, a Câmara Municipal de Lisboa nunca iria permitir que EMEL e as bicicletas Gira tivessem concorrência a sério. A solução foi dar permissão à Uber para uma solução parecida, mas com um sistema de preços que acaba por não ser uma ameaça.
Quem fica com concorrência directa são as trotinetas, uma vez que as Jump não têm docas para serem deixadas, nem alugadas (ao contrário do que acontece com as Gira) e custam 15 cêntimos por minuto, apesar de não termos de pagar pelo desbloqueio.
Isto significa que podemos deixar as bicicletas vermelhas da Uber em qualquer sítio, dentro da área de cobertura da Jump, mas temos de ter em atenção uma coisa: como estes velocípedes funcionam com um cadeado, temos de as prender a qualquer lado.
As Jump não podem, assim, ser deixadas no meio de um passeio, por exemplo, uma vez que este cadeado obriga a prender as bicicletas a um gradeamento, a um poste ou, então, numa local próprio para as estacionar, desde que estejam numa zona de cobertura.
Esta área está limitada, a Oeste, por Algés, a Norte por Benfica, Pontinha e a Alta de Lisboa, e, a Este por Sacavém. O rio é a fronteira natural a Sul. No centro de Lisboa, não é permitido ainda, começat ou terminar viagens nas zonas do Castelo ou do Bairro Alto.
Lisboa é a primeira cidade europeia a receber estas bicicletas eléctricas que podem ser usadas directamente a partir da app da Uber: em cima, basta tocar no botão ‘Viajar’ e escolher ‘Pedalar’.
O mapa muda para o ‘modo Jump’, onde as bicicletas aparecem em pontos vermelhos. Para alugar, basta tocar numa disponível e, depois, inserir o código da mesma na app ou, então, ler o código QR com a câmara do smartphone, tal como acontece com as trotinetas eléctricas.
Para marcar o início da operação em Lisboa, as Uber Jump estão a oferecer duas viagens até vinte minutos a todos os utilizadores: não é necessário qualquer código, basta alugar uma bicicleta para ter acesso a esta promoção.
Ainda durante os primeiros tempos das Jump, a equipa da Uber estará nas ruas para acções de sensibilização, demos de segurança e também estará a oferecer capacetes.
Em Lisboa, os planos da Uber têm em vista a disponibilização de 750 bicicletas totalmente eléctricas com uma disponibilidade de 24 horas por dia; a velocidade máxima é de 25 km/h, com um funcionamento de e-assist semelhante às Gira: temos de pedalar para activar o motor e dar o impulso.
Segundo Miguel Gaspar, vereador da mobilidade e segurança da Câmara Municipal de Lisboa, as Jump «podem ser um importante complemento da rede Gira», mas a verdade é que isto não faz qualquer sentido.
Primeiro, porque ninguém vai sair de uma bicicleta para alugar outra logo a seguir; segundo, as trotinetas das cinco marcas que estão em Lisboa oferecem muito mais versatilidade para fazer isto, embora tenham uma taxa de desbloqueio de um euro, inexistente na Jump.
A Gira, apesar de estar “presa” a um sistema de docks que não funciona bem, culpa da má gestão feita pela EMEL que faz com que haja estações vazias e outras cheias, impedindo o começo ou a conclusão de viagens, conforme os casos, tem um preço imbatível de 25 euros por ano.
Ainda antes da Jump, Lisboa teve outra marca de bicicletas que tentou entrar com um modelo semelhante na capital, mas que acabou por falhar: a marca oBike decidiu começar a disponibilizar o seu serviço sem autorização da CML, o que resultou na apreensão das bicicletas pelos serviços municipais.
Veja este e mais vídeos no canal de Youtube do TRENDY.