A Rússia não é, de certeza, o destino de surf que nos vem logo à cabeça, houve um filme que mostrou no SAL como é surfar com 25 graus negativos na Sibéria.
O sétimo SAL – Surf at Lisbon Film Fest acabou este Domingo com a celebração de Priboi como o melhor filme do festival. «Apanhou-nos desprevenido e fez-nos ver o surf de outra forma», justificou o júri, antes de dar o prémio ao documentário feito por Konstantin Kokorev.
Tivemos oportunidade de ver Priboi, na sessão das 21:30 de Sábado, ainda antes de saber, sequer, que o filme iria ganhar mais dois prémios: o de melhor fotografia e melhor banda sonora.
Mas logo aí tínhamos ficado com a ideia de que ali estava uma história diferente e surpreendente. De facto, foi impressionante ver com um grupo de surfistas atravessa o Norte da Rússia para apanhar ondas em locais inóspitos, onde as praias, em vez de terem areia, têm neve.
O surf na Sibéria não é de culto, mas de sacrifício: os surfistas passam dias numa tenda am ambientes de vinte e poucos graus negativos e os fatos, ao secar, ficam congelados.
As histórias, contudo, também têm surfadas em águas mais convidativas (como no Mar Negro) e onde se usam fatos mais leves, mas é nas águas geladas que o filme se revela como um importante documentário de surf.
Este prémio de Melhor Filme do SAL atribuído a Priboi foi mais que justificado, mas também havia filmes da cultura de surf em África, como Big Wata, que também nos mostraram pointbreaks inusitados
O “Óscar” (no SAL, sob a forma de uma handplane de bodysurf, da marca Ahua) também não ficava mal atribuído a esta longa metragem, que acabou por ficar com uma Menção Honrosa do júri composto por Diogo Alpendre, Miguel Bretiano, Pedro Falcão, Eurico Gonçalves, Inês Ambrósio, João Neto, e Mauro Motty.
Outro dos momentos altos do SAL foi a sessão de Kissed by God, um filme de sala esgotada que obrigou a abrir mais um espaço no São Jorge, devido à afluência de público. Esta longa metragem conta a história dramática de Andy Irons, o tricampeão do mundo que morreu há oito anos.
A sessão de encerramento foi também a altura do festival em em que passou um dos melhores documentários de surf alguma vez feitos, que conta a história de um grupo de surfistas que mudou este mundo.
No São Jorge, o SAL terminou com Momentum Generation, onde foi possível ver a origem, ascensão e queda de um “círculo” de ouro deste desporto que nos deu nomes como Rob Machado, Kelly Slater ou Shane Dorian.
Falta apenas dar destaque a dois prémios dados a produções nacionais, com Way of Life (sobre o surfista João Macedo) e Empties a receber também a distinção do júri. Aqui fica a lista completa dos prémios atribuídos este ano pelo júri do SAL:
Sustentabilidade: Green Wave (Manu Bouvet)
Melhor Banda Sonora: Priboi (Konstantin Kokorev)
Melhor Edição: Momentum Generation (Jeff Zimbalist e Michael Zimbalist)
Melhor Fotografia: Priboi
Melhor Produção Nacional: Way of Life (Blaze Hunter)
Melhor Curta: Empties (Nuno Dias)