Review: Canon G1 X Mark III

Esta linha foi criada pela Canon para que os fotógrafos profissionais tivessem uma segunda máquina que pudessem usar em situações de “perigo”. E no dia-a-dia, como é?

Compacta, com um design não muito atractivo (se calhar para passar mesmo despercebida) e pequena o suficiente para ser de transporte fácil. Estas são algumas das principais características da Canon G1 X Mark III, uma máquina de cerca de mil euros.

A linha PowerShot G é a topo de gama das compactas da Canon, o que significa que vamos ter, em teoria, o melhor de dois mundos: dimensões equivalentes às antigas máquinas de bolso e qualidade de imagem semelhante às DSLR.

Estas últimas são uma gama de máquinas onde a marca é bastante popular – basta lembrar as EOS da linha ‘D’, com dois e três dígitos: por exemplo, as 600D ou as 77D.

Os exemplos que demos são, precisamente, os das “primeiras” máquinas de fotógrafos profissionais (principalmente a 77D). E quando dizemos que a Canon GX1 Mark III pode servir de segunda opção em situações mais “apertadas”, é porque esta máquina tem algumas características que a valorizam nesse papel.

Desde logo, o sensor (APS-C; é a primeira vez que aparece numa G1 X) e o processador de imagem (DIGIC 7) são iguais ao de dois dos tais modelos ‘D’: a EOS 80D e a 200D. Ou seja, estamos perante uma máquina que pode dar resultados praticamente idênticos ao de outros modelos mais volumosos e vistosos da Canon.

A diferença estará apenas no facto de a Canon G1 X Mark III não poder receber várias objectivas, mantendo aqui o seu conceito puramente compacto. Em vez disso, temos uma fixa com uma amplitude focal equivalente a um zoom óptico de 3x (entre 24 a 72 mm) e uma abertura semelhante à de uma objectiva kit, com f/2.8 a f/5.6.

Traduzido por miúdos, isto reflecte-se numa grande versatilidade e que nos poupa aquele trabalho que acontece numa DSLR típica que é o de tirar e colocar objectivas, conforme as situações.

As ópticas escolhidas fazem, assim, um belo triângulo amoroso com o processador APS-C e o processador DIGIC 7: o resultado são fotografias com
níveis de ruído muito baixos, mesmo em situações de pouca luz.

Há ainda outra característica que a torna boa para usar em momentos mais discretos, em que queremos fotografar um imprevisto ou uma situação rápida: o facto de ter um sistema Dual Pixel CMOS AF de focagem automática, que também é usado pela Canon na 77D, por exemplo.

Na traseira encontramos um ecrã rotativo e táctil de três polegadas onde podemos, com mais tempo, seleccionar o ponto de foco e todos os botões de menus e ajustes, típicos numa câmara deste género.

A questão aqui é: será que este investimento é o ideal para quem usa já um bom smartphone para tirar fotografias de ocasião? O utilizador comum vai aproveitar todas as capacidades de uma Canon G1 X Mark III?

Uma câmara de 24 MP capaz de gravar vídeos a 1080p/60 fps é, basicamente, aquilo que um smartphone topo de gama tem hoje em dia. Claro, não há sensores do tamanho do que estas máquinas têm, mas, a verdade é que todos compensam isso com outras características.

No nosso entender (e vamos assumir que estamos a falar para o público em geral e não para fotógrafos profissionais), se quiser ter uma boa máquina fotográfica para deixar de lado o smartphone, a escolha indicada seria um modelo ‘D’ de três dígitos como a 750D (cerca de 500 euros).

Como máquina, per si, a Canon G1 X Mark IIIé muito boa, competente, com bons resultados de imagem (quer em foto, quer em vídeo), mas sente-se que falta qualquer coisa. Pode ser um bom segundo equipamento para fotógrafos profissionais, mas não a aconselhamos como primeira máquina para o utilizador comum, principalmente pelo elevado preço.

Tendo exactamente o mesmo orçamento, preferimos investir numa 750D ou numa 800D, ficando ainda com alguns euros para comprar um bom cartão de memória e, bem esticadinho, até uma segunda lente.

No entanto, se quiser investir numa Canon G1 X Mark III como máquina principal, não vai ficar desiludido (esqueça apenas a gravação 4K, coisa que até os smartphones mais avançados já têm há um par de anos).

Além de ter vários modos que fizeram escola em smartphone como o iPhone (time-lapse ou panorama), a G1 X Mark III tem ainda conectividade Bluetooth e Wi-Fi.

Isto vai permitir-lhe transferir de imediato as fotografias e vídeos para o seu tablet, smartphone e computador, um recurso especialmente útil se quiser partilhar de imediato as imagens nas redes sociais.

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Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].