Miguel Gomes tem apenas 44 anos mas já é um dos melhores realizadores portugueses. O TVCine vai dedicar-lhe três dias, em que serão exibidas as suas obras mais marcantes.
Entre 5 e 7 de fevereiro, o TVCine 2 vai passar uma retrospectiva de Miguel Gomes onde vão ser exibidos os três volumes de As Mil e Uma Noites (2015), Aquele Querido Mês de Agosto (2008) e Tabu (2012).
O ciclo de cinema dedicado a este realizador começa a 5 de Fevereiro, sexta-feira às 22 horas com As Mil e Uma Noites: Volume 1, O Inquieto (2015), a primeira parte do filme que colocou o Portugal a falar de Miguel Gomes.
O projecto, com um total de seis horas, conta a história actual de Portugal em nove crónicas sobre os efeitos da crise, da austeridade e da presença da troika. Xerazade (Crista Alfaiate) vai contando o que se passa num país empobrecido à força, desde os despedimentos nos Estaleiros de Viana do Castelo às campanhas eleitorais mirabolantes, passando por casos de corrupção e de pobreza extrema.
A retrospectiva Miguel Gomes continua a 6 de Fevereiro (Sábado) às 19:30 com Aquele Querido Mês de Agosto (2008), um filme que mistura ficção com documentário. A ideia inicial passava pela história de uma família de músicos de uma banda de êxitos populares que animava as vilas e aldeias do Portugal profundo em Agosto, quando todos os emigrantes regressam às suas terras para passar o Verão.
Segue-se, às 22 horas, o Segundo Volume de As Mil e Uma Noites: O Desolado (2015). Dia 7 (Domingo), o ciclo termina com dois filmes: Tabu (um filme sobre relações humanas passado em Moçambique), às 20 horas e As Mil e Uma Noites: Volume 3, O Encantado (2015), às 22.
Veja o vídeo no canal de YouTube do TRENDY.
SOBRE O REALIZADOR
Miguel Gomes nasceu em 1972 em Lisboa e tal como os jovens que queriam fazer carreira no cinema em Portugal entrou na Escola de Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Graças ao seu dinamismo e da equipa com a qual se rodeou no antigo Conservatório (que passou a ter a atual designação em 1983), Miguel Gomes beneficiou da política de incentivos às primeiras obras, começando a desbravar o seu caminho no mercado cinematográfico em Portugal.
«Filmamos com orçamentos mais baixos que quase todos os países europeus. Por isso, agora , devido à crise em Portugal, tudo foi cortado. A única vantagem de ser pobre é que nos damos ao luxo de ter alguma liberdade já que não estamos obrigados a ter um sucesso de bilheteiras», disse Miguel Gomes numa entrevista em 2012.