Carne.exe: a próxima peça do D. Maria II vai ter Albano Jerónimo a contracenar com… inteligência artificial

Os criadores, Carincur e João Pedro Fonseca, dizem que Carne.exe é um «exercício que recusa o pessimismo tecnológico.

©Filipe Ferreira | Carne EXE
©Filipe Ferreira

Era uma questão de tempo até que o teatro aproveitasse as capacidades generativas da IA: o momento chega na recta final de 2025, no Centro de Arte Moderna Gulbenkian.

«Um encontro entre arte, tecnologia e filosofia num palco expandido com tecnologia avançada em cena, propondo uma nova gramática para o teatro contemporâneo, revitalizando-o como espaço de experimentação entre linguagens, temporalidades e diferentes inteligências».

É assim que o D. Maria II descreve a sua próxima produção a subir a palco, desta vez no CAM – Centro de Arte Moderna Gulbenkian, em Lisboa, de 12 a 14 de Dezembro. Carne.exe vai por o actor Albano Jerónimo a dialogar com a «entidade digital» AROA (Artificial Relational Ontological Agent).

Segundo o D. Maria II, a protagonista de IA foi «treinada com material poético e filosófico» e tem «capacidades de improvisação e resposta em tempo real», o que lhe permite contracenar com um actor de… carne e osso.

Os criadores, os artistas Carincur e João Pedro Fonseca, dizem que Carne.exe é um «exercício que recusa o pessimismo tecnológico e procura afirmar o palco como espaço de transformação, onde algoritmos e afectos podem coexistir».

A relação entre IA e seres humanos, para muitos com um futuro pessimista, é, aqui, defendida pelos autores: «Defendemos a potência do diálogo inter-espécies como uma possibilidade». Os bilhetes já estão à venda e custam dez euros.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].