Pão para malucos (pela gastronomia italiana): a Focacceria BM está maior e “abriu-se” a Belém

Num restaurante onde tudo parece ser à grande e à italiana, damos uma sugestão: quer opte pelas tábuas ou pelas saladas, peça apenas uma focaccia para dividir.

©TRENDY Report | Focacceria BM
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A Focacceria BM passou a estar em frente ao CCB e acaba por ser uma ‘vera’ ilha italiana no meio do mar de opções desta zona ribeirinha de Lisboa.

‘BM’ significa ‘Bread Maniacs’ (‘malucos por pão’), mas também são as iniciais de Bruno Marcelino, o fundador deste conceito, que nasceu em 2023 na Rua Bartolomeu Dias, a poucos metros do novo espaço. De uma loja pequena e escondida das rotas habituais dos turistas, o restaurante passou a ter uma esplanada e uma varanda aberta para o CCB.

Agora, com um espaço mais amplo e luminoso, dominado por madeiras e mobiliário minimalista, a Focacceria BM convida a almoçar ou jantar sem grandes pressas, com aquele toque italiano de servir bem e com mesa farta. O ambiente é acolhedor e caloroso, com tons quentes a dominar a sala, onde se destaca uma vista directa para a cozinha.

Outro dos destaques, logo à entrada, é uma montra recheada de enchidos italianos: prosciutto crudo, pancetta, speck, mortadela, ventricina e salami Napoli começam como uma espécie de “aperitivo visual” e levantam o véu do que está para vir. Bruno Marcelino manda fazer logo uma tábua (de tão frescos, bem cortados e suaves que são, os enchidos quase que se desfazem na boca) e escolhe o vinho.

À mesa, chega-nos um tinto do Douro, o Todão, que parece ter sido escolhido a dedo entre várias referências de pequenos produtores nacionais que compõem a carta de vinhos. «Escolhi apenas vinhos pouco conhecidos e de pequenas produções para ajudar a promovê-los», explica o breadmaniac-mor.

©TRENDY Report | Focacceria BM
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Na selecção de vinhos, os italianos não entram: «Quis criar um contraste intencional com os ingredientes usados nas focaccias», justifica Bruno Marcelino. Por nós, está Todão certo.

O menu propõe treze focaccias, todas preparadas no momento (o pão também é feito no restaurante) com destaque para duas novas sugestões de Verão: a Tosca (porchetta, creme de parmigiano, cebola confitada e rúcula) e a Chanfrada (almôndegas, molho de tomate, maionese de nduja e queijo parmigiano ralado).

Esta última, uma das nossas escolhas (a única opção quente do menu), revelou-se intensa, acalmada pelo vinho; mais suave foi a especial com figo e rúcula, que se vai manter como opção “escondida” até Setembro — não está no menu oficial, pelo que terá de a pedir à parte.

Se não houver uma focaccia que lhe encha os olhos, pode criar uma à medida. A base custa seis euros e, a partir daí, cada ingrediente é adicionado à escolha: 1 euro por elemento, 1,50 euros por cada queijo ou enchido, e 4 euros para burrata. Há ainda uma versão XL — sob encomenda — que serve até seis pessoas (50 euros).

As entradas vão além das tábuas e incluem duas saladas frescas: a Chéché (tomate coração de boi, mozzarella fior di latte, molho pesto e flor de sal) e a Balhelhas (rúcula, tomate seco, nectarinas grelhadas, burrata e prosciutto crudo). Para sobremesa, é obrigatório experimentar o Cannoli Siciliano com creme de pistachio (só falta mesmo o chocolate para recriar aquele snack do Médio Oriente que se tornou viral no início do ano).

Na Focacceria BM, onde tudo parece ser à grande e à italiana, damos uma sugestão: quer opte pelas tábuas ou pelas saladas, talvez seja melhor pedir apenas uma focaccia para dividir, uma vez que as doses são bastante generosas.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].