Reportagem Jameson Arraial St. Patrick’s: um brinde à amizade e à (boa) música portuguesa

Sily abriu e os Bateu Matou fecharam mais uma edição deste mini-festival de uma noite que celebra o feriado irlandês em Portugal.

©Catarina Mendonça | Arraial Jameson
©Catarina Mendonça

Para nós, foi a primeira, mas esta era já a oitava edição do Jameson Arraial St. Patrick’s, desta vez na zona do Parque Eduardo VII. E a escolha acertou em cheio.

Depois de ter feito de Marvila a sua casa nas duas edições anteriores, o Arraial passou para o Pavilhão Carlos Lopes, uma localização com bons acessos e espaço suficiente para acolher a procura de um evento como este. No próprio dia, a organização comunicou que os bilhetes tinham esgotado, mas nunca sentimos que estivesse gente a mais. Circulava-se relativamente bem pelo Carlos Lopes.

Como estava programado, o Arraial abriu às 18:30 e os concertos começaram uma hora depois. Embora soubéssemos de antemão todos os artistas que iriam actuar, a organização optou por não divulgar o alinhamento/horários dos concertos. Isto pode ter feito, por exemplo, que algumas pessoas tenham perdido o belíssimo concerto de Silly.

©Catarina Mendonça | Arraial Jameson
©Catarina Mendonça | Silly foi a primeira a subir ao palco do Arraial Jameson 2025.

A artista açoriana subiu a palco com Fred para apresentar as canções do álbum ‘Miguela’. Este, que foi dos melhores discos de 2024, teve uma grande aceitação dos que já se encontravam pelo Arraial. Canções como ‘Água Doce’ ou ‘Herança’ fizeram as delicias dos (ainda) poucos mas bons, que já começavam a encher o Pavilhão. Até porque, como Silly afirmou, «com a sala vazia não tinha graça nenhuma»

A noite seguiria cerca de 45 minutos depois com o concerto de EU.CLIDES. Pelo meio, íamos tendo Bill Onair em palco, mas achámos algumas das pausas entre concertos demasiado longas. Estas acabariam por servir para explorar o recinto e aproveitar algumas diversões inesperadas. Afinal, quem consegue resistir a uma partida de Mortal Kombat numa máquina arcade ou a um sempre fiável pinball? Que belo desbloquear de nostalgia…

Mas estava na hora de voltar aos concertos, que entretanto já ouvíamos a voz de EU.CLIDES – mais um concerto extremamente competente de um dos músicos mais promissores do panorama musical para português. O senhor que se seguiu foi Pedro Mafama, no seu último concerto do ano em Portugal, antes de se concentrar no próximo projecto.

©Catarina Mendonça | Arraial Jameson
©Catarina Mendonça | Pedro Mafama deu, no Carlos Lopes, o seu último concerto de 2025.

Mafama centrou a actuação no seu mais recente trabalho, ‘Estava No Abismo Mas Dei Um Passo Em Frente’ com a salutar companhia de Sónia Trópicos e Lana Gasparotti. É uma fase de maturação destas músicas ao vivo e Mafama esteve como peixe na água.

O nome maior do cartaz era Branko que se apresentou em palco em formato ‘live’ acompanhado de teclista e guitarrista. Houve tempo para temas do mais recente disco ‘SOMA’, mas também para dançar ao som de clássicos como ‘Reserva para Dois’ ou ‘Tudo Certo’.

Para o fim ficaram os Bateu Matou, uma das bandas interessantes a surgir em Portugal nos últimos anos. Quim Albergaria e companhia fecharam a noite com chave de ouro com hits como ‘Falam Bue’, num concerto abrilhantado com a voz e presença forte de Selma Uamusse. Em 2025 haverá mais, no Pavilhão Carlos Lopes ou onde a Jameson nos quiser continuar a fazer felizes.