Seal U: conduzimos o automóvel da BYD que nasceu depois de a “foca” ter tomado esteróides

Aspecto, conforto, potência, desempenho, comportamento dinâmico, tecnologia e autonomia continuam continuam a ser os principais argumento do Seal U, no seguimento do que já tínhamos dito da outra "foca".

©TRENDY Report | BYD Seal U
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O principal SUV da chinesa BYD é o Atto 3, bastante comum de ver nas ruas nacionais, inclusive como TVDE. O Seal U, apesar de já ter sido lançado no início do Verão, anda mais “escondido”.

O sedan desportivo Seal tomou esteróides e transformou-se num SUV: esta podia ser a história do BYD Seal U, o novo automóvel eléctrico da marca chinesa que foi apresentado em Portugal a meio de Julho. Além de uma versão totalmente eléctrica, esta “foca” com rodas tem ainda uma híbrida, que será mais apelativa.

Ainda assim, como SUV premium 100% eléctrico, o BYD Seal U tem vários argumentos que podem conquistar os fãs das motorizações anti-combustível. Uma delas é, decididamente, o design. Este modelo é o herdeiro directo do sedan Seal, com tudo o que já tínhamos experienciado no tesla killer da BYD.

©TRENDY Report | BYD Seal U
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Apesar de, desta vez, não haver um automóvel para “matar” (ser um SUV killer para qualquer marca está fora de questão), o Seal U mantém o design consensual do seu irmão mais “baixinho”, dominado pela linguagem Ocean Aesthetics que continua a funciona bem por fora e por dentro.

Desta forma, aspecto, conforto, potência, desempenho, comportamento dinâmico, tecnologia e autonomia continuam (sempre no sentido positivo) continuam a ser os principais argumento do Seal U, no seguimento do que já tínhamos dito da outra “foca”. O Atto 3 mantém-se, desta forma, como o SUV da BYD para quem quer um modelo mais acessível e compacto.

Num bom nível continua, por exemplo, o sistema de som Infinity e o mesmo ecrã rotativo e táctil (aqui, de 15,6 polegadas, quase uma mini-televisão) que já tínhamos usado no Seal e no Atto 3. Infelizmente, o que continua é também a complicação dos menus, que torna complicado, por exemplo, desligar de forma fácil os alertas de ultrapassagem da velocidade estipulada para uma via ou cruzamento de faixa sem fazer pisca.

©TRENDY Report | BYD Seal U 1
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A falta de botões físicos para todas as funcionalidades do ar condicionado, também acaba por ser herdada do Seal. Neste departamento, temos apenas três: desembaciamento do pára-brisas, ‘Auto’ (o ar é regulado de forma automático tendo em conta a temperatura) e desligar/ligar o ar, o que nem é assim tão mau.

Todos os botões acabam por ficar concentrados num espaço diminuto, à frente, na coluna central, o que nos permite ter sempre tudo à mão, evitando estar à procura de funções noutra zona. Aqui, ficam, assim, o dos quatro piscas, alertas de colisão, start-stop, nível de regeneração de energia (‘High’ ou ‘normal’), park, modo de condução (‘Sport’, ‘Normal’, ‘Eco’ e ‘Neve’) e volume, que também serve para ligar/desligar o som.

Não gostámos, contudo, de haver acções que estão concentradas, na prática, no mesmo botão: os comandos do ar e das ajudas à condução acabam por ficar no mesmo bloco, não havendo uma separação física, como nos outros. Desta forma, temos de tocar na zona certa, para activar a função pretendida, o que nem sempre é fácil, uma vez que acabam por ficar muito juntas.

©TRENDY Report | BYD Seal U
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As animações do painel de instrumentos são sensivelmente iguais às do Seal U e típico BYD, com muita informação a ser apresentada ao mesmo tempo e um botão de menu no volante que, conjugado com o selector (que também é o de passar estações de radio/avanço e recuo nas playlists) torna a interação muito confusa.

No volante, mesmo por baixo deste, há o de ‘Mode’, muito colado, e que só serve para alternar entre fontes de áudio, e que pode levar a toques indesejados. Pedia-se mais intuitividade à BYD na disposição destes botões ao volante, pois isso acabaria por facilitar e muito a interacção fácil com o sistema de infoentretenimento.

A coluna central tem duas bandejas Qi (nada comum e bastante útil, para acomodar também o smartphone do passageiro, por exemplo) dois suportes para copos garrafas e o habitual alçapão sob o apoio de braço, que não tem o clássico fecho e, assim, não abre sozinho. Resultado: é muito perro e precisamos de fazer alguma força para abrir.

Ainda pela coluna central, a BYD optou, e mal, por não colocar entradas USB na parte de cima: escondeu-as em baixo, num local de difícil acesso, ao nível da tíbia (e são apenas USB-C). Aqui, temos ainda uma bandeja de arrumação, mas colocar algo aí é sinonimo de que nunca iremos conseguir encontrar ou pegar em algo, pelo facto de ser de tão difícil acesso.

Sobre a condução, e apesar de o Seal U dar uma óptima sensação de segurança e conforto (os bancos são em pele, com bons apoios lombares), experenciámos pouca suavidade a travar e a acelerar. Além disto, o modo de estacionamento confortável não é assim tão confortável, com alguns soluções pelo meio quando esperávamos manobras mais suaves.

O BYD Seal U que conduzimos foi a versão Design, ou seja, a mais cara (a outra é a Comfort), com um sistema de dez colunas Infinity, HUD (projectado no vidro, como se estivesse a flutuar, na estrada) e um sistema de purificação de ar (cuja informação está sempre visível no ecrã principal. A autonomia é de 500 km (circuito combinado) e, durante o nosso ensaio, fixámos o consumo nos 13,3 kw/h.

©TRENDY Report | BYD Seal U
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Este modelo está disponível em Portugal por um preço que ronda os 42 mil euros; neste momento a BYD tem uma campanha que prevê uma mensalidade de 379 euros, para um montante financiado de 31 143,99 euros (a entrada tem de ser de 10 646 euros). Os pedidos de test drive podem ser feitos aqui.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].