IONIQ 6: conduzimos o automóvel da Hyundai que é uma mistura entre limusina e coupé desportivo

A versão que tivemos oportunidade de conduzir foi a Vanguard 77 kWh; este modelo tem uma potência de 228 cavalos/168 kW e uma autonomia, teórica, de 614 km.

©TRENDY Report | IONIQ 6
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O IONIQ 6 é um dos automóveis com o conceito mais estranho que conduzimos nos últimos tempos: a parte de trás faz, inclusive, lembrar um Porsche antigo.

«Parece que vou numa limusina», disse-nos uma das pessoas que levámos numa road trip com o IONIQ pelo Oeste. E, digamos que as curvas e contra curvas das terrinhas que ficam entre Santa Cruz e a Ericeira são uma boa prova de que nem só com SUV ou utilitários se podem fazer estas viagens mais “exigentes”.

Dissemos que o IONIQ 6 é um conceito estranho (e isso não é mau, sublinhe-se), mas também podíamos ter dito intrigante: por um lado parece um desportivo, que até mesmo com o prefixo ‘super’ não ficava mal-definido. Por outro, uma berlina executiva, para executivos de um Governo.

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Depois, a parte de trás (com um spoiler) faz lembrar um Porsche 911 dos antigos, mas as ópticas LED em pixel art dão-lhe um toque cyberpunk e retro, ao mesmo tempo. Ficámos sempre na dúvida quando tocava a dizer o que é este automóvel eléctrico, com quase cinco metros, da Hyundai

A bordo, o espaço, como já demos a entender, é mais que muito: quem está atrás dificilmente vai chegar com as pernas ao banco da frente. Aqui, só falta mesmo uma bandejazinha para por um copo de espumante e os Ferrero Rocher – mas, para compensar, há ligações USB-C e controlo de aquecimento dos bancos, algo que já tínhamos visto no Nissan Ariya.

O que quem vai atrás também pode fazer é controlar as posições do banco do passageiro da frente, o que não nos pareceu muito lógico, pois pode levar a que haja algumas brincadeiras mais irritantes. Ainda no campo da opções estranhas (agora, sim, necessariamente más) do IONIQ 6 temos o facto de, por exemplo, só podermos mudar de rádio, no volante, se as tivermos nos favoritos.

©TRENDY Report | IONIQ 6
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Para mudar entre todas as rádios disponíveis, é preciso entrar na opção respectiva no sistema de infoentretenimento do IONIQ 6, tocar no botão Emissoras’ e, só aí, ir navegando por todas as estações. Não gostámos, ainda, do facto de os menus serem algo lentos, o que leva a que haja um pequeno delay quando interagimos com os vários ecrãs.

A consola central deste Hyundai tem, como já é habitual, um mix entre botões físicos clicáveis: ‘MAP’, ‘NAV’ (estes dois redundantes, uma vez que o ‘NAV’ é apenas o acesso directo ao menu do ‘MAP’), ‘MEDIA’ e ‘Estrela’ (opção ‘Favorito’, que pode ser definido para o que quisermos – nós escolhemos associá-lo ao ao Bluelink), que também está no volante.

Já o botão ‘TUNE’ tem um selector para mudar de estação, mas é preciso carregar para ouvir a rádio – a escolha não é feita de imediato, o que não faz muito sentido. Aqui temos ainda o botão da ‘Câmara’ que nos dá uma visão mais abrangente, para estacionar. Muito boa é a animação que o IONIQ mostra no ecrã, uma recriação em 3D do automóvel, como se estivesse a ser filmado por uma câmara na terceira pessoa (imagem em baixo).

©TRENDY Report | IONIQ 6
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Relativamente à arrumação, temos o clássico compartimento por baixo do apoio de braços, que inclui duas ligações USB-C. À frente, há ainda uma porta USB-A: fica mesmo ao lado de um módulo Qi para carregar, sem fios, um smartphone. Este, tem um indicador luminoso LED que imita as ópticas traseiras do IONIQ, tipo pixel art, um detalhe de que gostámos.

Para finalizar este teste, duas características agridoce do IONIQ 6: a primeira tem que ver com as imagens que aparecem no ecrã do condutor quando fazemos pisca. Como há câmaras nos retrovisores, aparecem feeds, em formato circular, que servem para eliminar o problema do ângulo morto.

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Contudo, em situações que vão além da simples mudança de faixa, em que é preciso rodar mais o volante, essas imagens ficam tapadas (imagem em cima) e não se consegue tirar partido desta vantagem. Fazia mais sentido que aparecessem no ecrã da consola central, uma vez que há bastante espaço.

Depois, há uma opção que nos permite dar som ao motor, com três níveis de intensidade. Obviamente, esta é uma funcionalidade meramente “estética”, mas que não deixa de ser interessante e que acaba por dar ambiente às viagens. Contudo, no seu nível mais elevado, torna-se incomodativa.

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A versão que tivemos oportunidade de conduzir foi a Vanguard 77 kWh; este modelo tem uma potência de 228 cavalos/168 kW e uma autonomia, teórica, de 614 km. O preço é de 64 790 euros: o IONIQ 6 pode ser configurado no site da Huyndai Portugal, onde também podem ser feitos pedidos de test-drive.

Começou no jornalismo de tecnologias em 2005 e tem interesse especial por gadgets com ecrã táctil e praias selvagens do Alentejo. É editor do site Trendy e faz regularmente viagens pelo País em busca dos melhores spots para fazer surf. Pode falar com ele pelo e-mail [email protected].