A MG regressou este ano a Portugal, com uma oferta de automóveis que se divide entre o combustível e os eléctricos – é nesta última gama que entram os MG4. Testámos o mais recente Long Range.
Com um aspecto a fazer lembrar uma edição em laranja do Ford Focus RS, esta versão do MG4 Luxury (Long Range) tem um interior minimalista, dominado por dois ecrãs: o dedicado ao condutor e outro, táctil, a servir de consola para o computador de bordo, com um formato horizontal e bastante estreito.
O aspecto geral do habitáculo do MG4 Luxury é limpo, sem grandes artifícios, o que transmite uma sensação agradável de conforto. Há uma útil e generosa bandeja com carregamento QI (sem fios) para o smartphone e a consola central parece estar a flutuar, uma solução de que gostámos.
No habitáculo tem boa arrumação, com vários locais para guardar objectos, e é bastante espaçoso; normalmente, quando isto acontece num automóvel mais pequeno, é a bagageira que sofre: é o que acontece neste caso.
Mas, se o interior e o seu design é um dos fortes do MG4, o mesmo não podemos dizer do sistema de info-entretenimento: a interacção com o sistema tecnológico deste automóvel não foi das melhores experiências que já tivemos.
As dificuldades começam logo na introdução de texto, por exemplo, no GPS: o teclado é bastante largo, com as letras muito espaçadas. Ou seja, não é prático escrever e torna-se confuso o facto de as letras não terem divisórias, parece que estão a “nadar” na interface.
Depois, o ecrã nem sempre responde bem aos toques do dedo e há algumas decisões que não percebemos. Um delas relaciona-se com o facto de não se pode voltar para trás no menu principal; a opção de rádio FM não aparece no menu de ‘Música’ – aqui, apenas temos ‘Música BT’, ‘Música Online’ (o serviço é o da Amazon, que nem sequer existe em Portugal) e ‘Música USB’.
A ideia que fica é que os engenheiros desta marca se dedicaram mais a fazer com que o automóvel tivesse um bom desempenho na condução e nas tecnologias de segurança associadas (estão num bom nível, sobre tudo no que respeita aos alertas) e não tanto na interacção com o computador de bordo.
Ainda assim, aplaudimos a existência de teclas físicas para o volume e ar, para não ficarmos apenas dependentes do ecrã táctil; e já que falamos de botões físicos, as do volante, especialmente as do lado direito, não são muito intuitivas – foi preciso um pouco até sabermos o que faziam.
Por fora, o MG4 Luxury parece um automóvel que não se enquadra com o seu segmento, e faz lembrar um Lamborghini: para isto contribuem as ópticas, as entradas de ar frontais e o duplo spoiler traseiro. Se a marca italiana fizesse um modelo deste género – utilitário e eléctrico, provavelmente seria muito parecido com este.
Em Portugal, o MG4 Luxury começa nos 38 mil euros; esta versão custa cerca de 40 400 euros. A configuração pode ser feita no site de marca.