A marca concluiu que o processo de transformar garrafas de plástico em LEGO iria gerar mais emissões de gases de estufa que a produção convencional de peças, que usa petróleo bruto.
Quase dois anos após anunciar um projecto para criar peças a partir de garrafas de plástico (PET), a LEGO anunciou a desistência destes planos. Em declarações ao jornal britânico The Guardian, Tim Brooks, director de sustentabilidade da marca dinamarquesa, explica a decisão.
«É como tentar fazer uma bicicleta de madeira em vez de usar aço». Na verdade, recorrer ao plástico reciclado iria obrigar a usar «ingredientes adicionais para garantir a durabilidade das peças, bem como mais energia para o processamento e secagem».
Desta forma, a LEGO diz que a emissão de gases de estufa seria maior que a actual, que resulta de um processo que usa «acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS), um tipo de plástico fabricado a partir de petróleo bruto», lembra a BBC, em «80% das 110 a 120 mil milhões de peças» que a marca faz, anualmente.
Durante os testes, que a marca tinha anunciado em Junho de 2021, concluiu-se que o «nível de perturbação do ambiente de fabrico foi tal que acabou por ser preciso mudar tudo nas fábricas» para aumentar a utilização de PET reciclado, disse Tim Brooks. O director de sustentabilidade da LEGO assumiu ainda que tudo foi uma «desilusão».
A marca, que também já tinha anunciado a produção de peças a partir de cana-de-açúcar (inclusive, já com um set lançado), vai agora apostar em tornar o «ABS mais sustentável»; para isso, a LEGO quer «incorporar mais materiais de base biológica e reciclado» no composto que usa para fazer peças de plástico.
Esta decisão irá ajudar a marca a «atingir o seu objectivo de reduzir as emissões em 37% até 2032, em comparação com 2019», conclui o Financial Times, outro meio britânico que fez eco desta mudança de estratégia da LEGO.