Se está em risco de incumprimento, é muito provável que já tenha sido contactado pelo seu banco para renegociar as condições contratuais. O não pagamento atempado das prestações dos créditos é considerado um incumprimento do contrato e tem várias consequências negativas para o cliente.
Para além da aplicação de juros de mora e outros encargos (que aumentarão o valor da dívida), o incumprimento do contrato pode levar à penhora dos rendimentos e à venda dos bens do cliente, bem como à impossibilidade de conseguir novos contratos de crédito, no futuro.
Para a instituição bancária, um cliente em incumprimento significa prejuízos financeiros, pelo que também os bancos e entidades financeiras têm interesse em chegar a um acordo, em caso de incapacidade de pagamento das prestações.
O Banco de Portugal (a entidade responsável por regular e monitorizar a atividade das entidades financeiras) implementou um conjunto de diplomas legais e regulamentares que estabelecem os procedimentos que as instituições de crédito devem tomar para a prevenção e gestão de situações de incumprimento de contratos de crédito.
Assim, os bancos acompanham de perto os contratos dos seus clientes, especialmente em momentos como este, em que as taxas de juro continuam a subir e a pressionar o orçamento familiar de muitos portugueses. Quando são detectados sinais de risco de incumprimento, a instituição põe em prática uma série de medidas, incluindo a renegociação do contrato de crédito. Nesta renegociação, o banco pode apresentar várias soluções:
- Definir um período de carência, durante o qual irá pagar apenas juros.
- Prolongar o prazo de amortização do crédito.
- Alterar a taxa de juro (de variável para fixa ou vice-versa).
Alternativa à Renegociação: Consolidação de Créditos
Embora tenha em vista reduzir o valor de prestação mensal, para que o cliente tenha possibilidade de fazer o pagamento, a alteração das condições contratuais pode fazer com que o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) aumente.
Por outro lado, se o cliente tiver vários créditos, a renegociação de todos eles pode tornar-se um processo moroso e difícil. Nestes casos, a consolidação de créditos pode ser uma boa alternativa à renegociação.
O crédito consolidado permite-lhe juntar todas as prestações num único crédito. Desta forma, em vez de fazer o pagamento de várias prestações dos vários créditos (habitação, automóvel, férias, obras, etc.), passa a pagar uma única prestação a uma só entidade financeira (aquela onde fez a consolidação dos créditos).
Com a consolidação de créditos, passará a ter uma única taxa de juro para todos os créditos e um só credor, em vez de vários. Em alguns casos, é possível aumentar o prazo de pagamento e reduzir a taxa de juro — a consolidação de créditos pode representar uma poupança mensal de até 60% para o seu agregado familiar.
Consolidação de crédito: Perguntas Mais Frequentes
Apesar de muito vantajosa, a consolidação de créditos levanta algumas dúvidas. As perguntas mais frequentes são relativas ao tipo de crédito consolidado e a como se desenvolve todo o processo. Continue a ler e descubra a resposta a estas e outras dúvidas.
Que tipo de créditos podem ser consolidados?
É possível consolidar vários tipos diferentes de crédito. Os mais comuns são os créditos habitação, os créditos pessoais e os cartões de crédito.
Só posso fazer uma consolidação de créditos se estiver em risco de incumprimento?
Não. Podem recorrer ao crédito consolidado qualquer indivíduo, desde que não tenha prestações em atraso, tenha menos de 75 anos e se encontre empregado.
O crédito consolidado tem de ser feito diretamente com o banco?
Não. Existem várias empresas especializadas em crédito consolidado que o ajudam no processo, sem qualquer custo, funcionando como intermediários com os bancos ou entidades financeiras, gerindo todo o processo.
Que documentos tenho de apresentar para dar início ao processo de consolidação de créditos?
Os documentos que tem de apresentar são:
- O documento de identificação: cartão de cidadão.
- Um comprovativo de morada: uma cópia de uma fatura de luz, água, gás ou telecomunicações.
- Um comprovativo de IBAN.
- Comprovativos de rendimentos: os últimos 3 recibos de vencimento e o último Modelo 3 do IRS.
- O Mapa de Responsabilidades de Crédito.
A consolidação de créditos impede a contratação de mais créditos, no futuro?
Não. Na realidade, a consolidação de créditos ajuda a reduzir a prestação mensal e, consequentemente, a taxa de esforço, pelo que aumenta a probabilidade de conseguir um crédito extra, no futuro.