O Instituto Politécnico de Setúbal anunciou um projecto de três anos para estudar três linhas de acção contra a COVID-19: eficácia da testagem, anticorpos e interacção Animal-Homem.
Chama-se DizCOVer@Setúbal, é financiado pelo programa Lisboa2020 (trezentos mil euros) e é um projecto que vai ocupar os investigadores do laboratório de testes de despistagem à COVID-19 do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) durante três anos.
Este projecto é dominado por três grandes objectivos, que o IPS quer concretizar para aumentar o «conhecimento científico relacionado com o SARS-CoV-2» e contribuir para a «mitigação do contágio».
Testagem mais rápida para mitigar a infecção
O primeiro é melhorar o sistema de testagem à COVID-19, «da colheita à comunicação dos resultados». Aqui, o IPS acredita que vai conseguir uma optimização de 66% no processo, assim como uma «diminuição entre 30 a 50% dos custos e tempo associados, sem descurar a fiabilidade».
Para Marta Justino, que lidera a equipa de oito investigadores associados ao DizCOVer@Setúbal, este primeiro ponto vai fazer com que a «identificação de casos positivos e a consequente passagem para o próximo nível de decisão» seja mais rápida. A consequência directa é fácil de identificar: «Mitigação do contágio e diminuição da infecção».
Encontrar o SARS-CoV-2 em bivalves do Rio Sado?
O segundo objectivo passa por saber mais sobre a duração da imunidade ao vírus, seja pela vacina ou pela infecção com o SARS-CoV-2. Para isso, o IPS quer «estudar a prevalência de anticorpos em indivíduos já recuperados ou vacinados» a partir de uma «análise periódica até um ano após vacinação ou infecção».
Finalmente, o DizCOVer@Setúbal quer estudar as interações Animal-Homem, mas não em casos de animais de estimação, uma dúvida que foi crónica durante a pandemia. Assim, o objectivo é analisar «bivalves do Sado que atuam como reservatórios naturais de vírus».
A justificação tem que ver com a identificação do SARS-CoV-2 «em rios, lagos e mares, proveniente de efluentes de ETAR e por descargas directas», uma ocorrência que o IPS diz estar «descrita em diversos estudos a nível mundial».